25 de abril foi dia de luta também no Uruguai. Os trabalhadores deste país fizeram uma greve geral e saíram às ruas contra o projeto de aumento da idade de reforma de 60 para 65 anos, promovido pelo presidente de direita, Luis Lacalle Pou.
A Central Sindical PIT-CNT convocou este protesto, o terceiro pelo mesmo motivo, no dia da votação do diploma. O seu presidente, Marcelo Abdala, citado pelo Página 12, explicou que a jornada de luta abrangeu “todos os ramos de atividade” e foi “ampla e contundente”. Aos sindicatos juntaram-se outros movimentos sociais como a Organização Nacional de Associações de Reformados e Pensionistas do Uruguai.
Da parte da tarde, houve manifestação massiva em frente ao Palácio Legislativo. Numa altura em que começava então a votação sobre o tema e que se concluiu sem surpresas a favor do campo governamental. Fica previsto assim que a idade da reforma ficará nos 61 anos para quem nasceu em 1973 e vai aumentando de forma a chegar aos 65 anos para quem nasceu em 1977 e depois.
Miles y miles rodeamos el Palacio en contra del proyecto de la reforma jubilatoria que intentan votar.
Hay que aclarar que NO es una reforma de la seguridad social.
Nos hace trabajar más, cobrar menos que hoy y nos quita derechos. #quenoterobenelfuturo #otrareformaesposible pic.twitter.com/GPZIfmlAfV
— PIT CNT (@PITCNT1) April 25, 2023
Do lado de fora, sob o lema “que não te roubem o futuro”, o tom era muito diferente do discurso presidencial sobre uma reforma “necessária” e “solidária”. Sergio Sommaruga, do secretariado executivo da PIT-CNT, discursou em nomes dos sindicatos, sublinhando os cortes de direitos para a maioria mas também casos específicos como as dificuldades acrescidas colocadas às pensões de viuvez e os cortes nas pensões por invalidez. Para ele, o grande beneficiário da reforma é “o capital financeiro”, sendo o seu “verdadeiro objeto” passa 1.200 milhões dos bolsos dos trabalhadores e das trabalhadoras para o setor financeiro”.
O dirigente sindical referia-se à obrigatoriedade de contribuição dos trabalhadoras para as AFAP, Administradoras de Fondos de Ahorro Previsional, que são empresas que gerem o dinheiro dos trabalhadores, num sistema que passou a ser misto, junto com as contribuições para “Sistema de Solidariedade Intergeracional”, ou seja o sistema público de Segurança Social.