Está aqui

Trump perdoa assassinos da Blackwater e condenados na investigação à ingerência russa

Os quatro seguranças da Blackwater dispararam sobre pessoas desarmadas matando 14 civis. Também três ex-congressistas do seu partido, condenados por desvio de fundos, fraude e branqueamento de capitais, viram as penas perdoadas. Ao mesmo tempo, nomeou mais de 40 dos seus apoiantes para cargos públicos.
Fotos das pessoas assassinadas e feridas pelos mercenários da Blackwater na praça Nisour em 2007.
Fotos das pessoas assassinadas e feridas pelos mercenários da Blackwater na praça Nisour em 2007.

Com a transição para a nova administração em curso, Donald Trump decidiu fazer uma nova leva de indultos e comutações de penas. Entre os vinte perdoados, estão dois condenados na investigação da interferência russa nas eleições de 2016 que se tinham declarado culpados de mentir ao FBI no processo. Um deles é Georges Papadopoulos, que foi seu assessor de campanha. O outro é Alex van der Zwaan, advogado e genro do bilionário russo German Khan, condenado por mentir acerca dos contactos que tivera com aquela campanha presidencial.

Uma declaração da Casa Branca justifica o perdão como uma forma de “ajudar a corrigir o mal que a equipa de Mueller [o investigador do processo] infligiu em tanta gente”.

Para além destes, há políticos do campo republicano na lista: os três ex-congressistas conservadores Duncan Hunter, da Califórnia, condenado por desvio de fundos, Chris Collins, de Nova Iorque, condenado por fraude na bolsa, e Steve Stockman, do Texas, condenado por branqueamento de capitais.

Também quatro funcionários da empresa de segurança Blackwater, Nicholas Slatten, Paul Slough, Evan Liberty e Dustin Heard, condenados pela morte de 14 civis, dois dos quais crianças, na Praça de Nisour, em Bagdade, em 2007, foram indultados. Os seguranças dispararam indiscriminadamente sobre uma multidão desarmada. Slatten, o primeiro a disparar, tinha sido condenado a prisão perpétua. Os outros a trinta anos de prisão.

Durante o julgamento, o gabinete do Procurador dos EUA assinalou que “a quantidade de perdas humanas desnecessárias e sofrimento atribuíveis à conduta criminosa dos réus em 16 de setembro de 2007 é impressionante”. Para a Casa Branca, segundo o comunicado que justifica o perdão, "estes homens eram antigos militares, com um longo passado ao serviço da nação".

Presidente nomeia mais de 40 apoiantes para cargos públicos

Em comunicado de imprensa, a Casa Branca anunciou ainda a nomeação de mais de 40 pessoas para vários cargos na administração de instituições públicas, repetindo outras nomeações de apoiantes do presidente em fim de mandato que estão a ser feitas nas últimas semanas.

Por exemplo, Richard Grenell, ex-embaixador na Alemanha, foi colocado no Conselho de Curadores do Memorial do Holocausto em Washington, a assessora de Trump, Hope Hicks, vai fazer parte do conselho de diretores da Bolsa Fulbright, Stephanie Grisham, ex-porta-voz, integrará o Conselho Nacional de Ciências da Educação.

Termos relacionados Internacional
(...)