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Tripulantes da EasyJet em greve contra "precarização e discriminação"

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil acusa EasyJet de considerar "tripulantes das bases portuguesas trabalhadores menores". Isabel Pires, que esteve na concentração realizada no aeroporto de Lisboa na sexta-feira, defende que “há uma situação de injustiça a que é preciso dar resposta”.
Fotos Esquerda.net.

De acordo com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), mediante "o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais”, foi "enviado ofício à empresa, ao Ministério das Infraestruturas, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ministério da Economia e do Mar e DGERT, comunicando um pré-aviso de greve para os dias 26, 28 e 30 de maio e 1 e 3 de junho de 2023".

A estrutura sindical esclarece, em comunicado citado pela agência Lusa, que a greve abrangerá "todos os voos realizados pela EasyJet", assim como os "demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos", cujas "horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 e fim às 24:00 de cada um dos dias" mencionados.

O SNPVAC denuncia que “as propostas de alteração às prestações pecuniárias já anteriormente apresentadas pela empresa continuam senão piores, muito aquém do limiar do aceitável para garantir trabalho digno aos tripulantes de cabine". Acresce que "a EasyJet continua 'surda' às dificuldades económicas sentidas pelos seus tripulantes, devido aos baixos rendimentos, em face ao reconhecido aumento do custo de vida, o que asfixia os trabalhadores e põe em causa o bem-estar e conforto das suas famílias".

“Noutros países e bases onde a empresa apresenta nível de rentabilidade inferior ao verificado em Portugal, os colegas obtiveram aumentos significativos", continua o sindicato, segundo o qual "o clima de tensão e desagrado pelo longo e intolerável impasse na resolução dos diversos diferendos laborais se agravou, levando a concluir que a EasyJet tem como objetivo final prolongar indefinidamente no tempo a postura adotada".

A EasyJet, por sua vez, afirma-se "extremamente desapontada" com a convocação da greve.

"A proposta atual do sindicato é impraticável, especialmente tendo em conta que o que pagamos aos nossos trabalhadores está acima da média salarial nacional", refere a empresa em comunicado.

A EasyJet frisa que fará alterações nos voos antes da greve" e que "os clientes cujos voos sejam afetados vão ser diretamente contactados via SMS ou 'email', através dos dados fornecidos no momento da reserva". Todos os clientes cujos voos sejam cancelados "são elegíveis para um reembolso ou mudança gratuita para um novo voo", garante a transportadora aérea.

Num documento divulgado a dia 19 de maio, o SNPVAC informou que "a EasyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados".

“Há uma situação de injustiça a que é preciso dar resposta”

Dezenas de tripulantes de cabine da EasyJet participaram esta sexta-feira numa concentração junto ao terminal 1 do aeroporto de Lisboa.

"Bónus milionários, salários precários", "Rentabilidade máxima, remuneração mínima", "Saldos verão Easyjet até 132% de desconto no trabalhador português" e "Aviação em expansão salários é que não" foram algumas das frases que ilustraram os cartazes empenhados pelos trabalhadores.

Presente nesta iniciativa, a deputada do Bloco Isabel Pires considera que “há uma situação de injustiça a que é preciso dar resposta”.

“Sendo a aviação um setor relevante, os direitos de quem trabalha e os salários devem ser adequados e urge terminar com situações de injustiça”, vinca a dirigente bloquista numa publicação nas suas redes sociais.

Isabel Pires manifesta a solidariedade do Bloco de Esquerda com a luta dos tripulantes da EasyJet.

 

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