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Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa denunciam 500 despedimentos

Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial falam em "despedimento generalizado de trabalhadores com contrato temporário" e temem que o desemprego se venha a estender em breve aos contratados a prazo nas empresas que produzem para a Autoeuropa.
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Trabalhadores da fábrica Autoeuropa operam a linha de montagem em Palmela, concelho de Setúbal. MÁRIO CRUZ/LUSA

Em comunicado à Lusa, a entidade coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa denunciou que desde o dia 16 de Março que tem ocorrido o "despedimento generalizado de trabalhadores com contrato temporário" e a "aplicação de 'lay-off' em várias empresas", afirmando que as medidas anuncidas pelo Governo não protegem os trabalhadores precários, como também prejudicam mais os trabalhadores que as empresas.

Daniel Bernardino, em declarações ao esquerda.net, acrescentou ainda que a grande preocupação vai para os trabalhadores precários, já que não há qualquer protecção para eles. "Foi a primeira coisa que as empresas começaram a fazer. Já contabilizamos mais de 500 trabalhadores", disse Daniel Bernardino, pedindo apoio ao Governo. "Os trabalhadores em regime de trabalho temporário também são trabalhadores como os outros todos", sublinhando que estes são os mais vulneráveis, já que ficam numa “situação imediata de carência financeira” e “à beira do limiar da pobreza”.

Em relação à medidas adoptadas pelo Governo, "a aplicação de 'lay-off' simplificado, penalizam mais trabalhadores e a Segurança Social", refere o comunicado. "Os trabalhadores são mais penalizados, pois mesmo recebendo 2/3 do ordenado, continuam a pagar os seus impostos, o que origina uma dupla penalização e respetiva perda acentuada de rendimento. Não é aceitável que a maior fatia do esforço financeiro recaia mais uma vez nos trabalhadores", salientando ainda a isenção de impostos para as empresas, nomeadamente no que concerne à  TSU (Taxa Social Única)", mas não para os trabalhadores, que continuam a ter de pagar o IRS (Imposto sobre Rendimento de Singulares), alertando que a isenção da TSU resulta na descapitalização da Segurança Social.

A coordenadora das Comissões de Trabalhadores revelou ainda uma enorme preocupação em relação aos despedimentos que ainda vão surgir pela paragem forçada, referindo que é certo que vai aumentar o número de trabalhadores precários despedidos e levantando a forte hipótese de que estes despedimentos se estendam também aos contratos a prazo pela não renovação dos mesmos.

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