Os trabalhadores do Centro de Contacto da Segurança Social, operado pela Reditus em Castelo Branco, anunciaram novas paralisações para 30 de abril e 2, 5 e 6 de maio. Em causa continuam as reivindicações não atendidas durante o seu processo de luta.
Integração nos quadros da Segurança Social, aumentos salariais, melhores condições laborais. São estas as exigências de quem trabalha para a Reditus no call-center de Castelo Branco. Os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros com retroativos a 1 de janeiro de 2025, mas também a atualização do subsídio de refeição para 9,60 euros diários e a garantia de um ambiente de trabalho saudável.
Outra reivindicação é que os salários sejam pagos até ao último dia útil de cada mês, sem atrasos. Mais de 150 trabalhadores enfrentam dificuldades financeiras devido à falta de remuneração atempada. A Reditus desresponsabiliza-se e culpa a Segurança Social pelos atrasos.
A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve na passada quinta-feira na concentração dos trabalhadores do call-center da Segurança Social, onde escutou os problemas de quem lá trabalha e partilhou as suas preocupações.
Castelo Branco
“Segurança Social obriga trabalhadores do seu call-center a viver com o salário mínimo”
“É a segunda vez que venho aqui e fico sempre chocada”, disse Mariana Mortágua. “Estas trabalhadoras pedem coisas tão simples como ter um ponto de água para beber no seu espaço de trabalho e não conseguem ter esse ponto de água. Recebem o salário mínimo nacional mas trabalham como técnicas da Segurança Social a darem aconselhamento a toda a gente que liga para o call-center da Segurança Social”.
A dirigente bloquista criticou a Segurança Social por “lavar as mãos” e entregar o call-center à Reditus. “Não há nenhuma razão para que a Segurança Social não internalize estes trabalhadores. São técnicos, são especializados, têm de receber como um técnico da Segurança Social, com o mesmo subsídio de refeição e condições de trabalho”, concluiu.
O processo de luta dos trabalhadores já vem de longe. Inês Antunes, trabalhadora do call-center e agora candidata do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, dizia em setembro de 2024 que o posicionamento da Reditus é “vergonhoso” uma vez que não são transparentes. “Está a ser uma atitude muito revoltante”, disse.
“Não queremos estas empresas de trabalho temporário, queremos ser contratados diretamente pela Segurança Social”, confirmou na altura a trabalhadora de call-center. Mas passado meio ano, nada mudou da parte da Reditus. Da parte dos trabalhadores, intensificam-se as ações de protesto.