Esta quinta-feira a coordenadora do Bloco foi a Castelo Branco participar na concentração dos trabalhadores do call-center da Segurança Social, onde trabalham dezenas de pessoas que atendem os telefones de quem liga para a linha de apoio da Segurança Social. Mas esta subcontrata este serviço à Reditus, uma empresa de trabalho temporário de call-centers que os sindicatos acusam de não respeitar os direitos e a dignidade de quem ali trabalha.
“É a segunda vez que venho aqui e fico sempre chocada. Estas trabalhadoras pedem coisas tão simples como ter um ponto de água para beber no seu espaço de trabalho e não conseguem ter esse ponto de água. Recebem o salário mínimo nacional mas trabalham como técnicas da Segurança Social a darem aconselhamento a toda a gente que liga para o call-center da Segurança Social”, afirmou Mariana Mortágua aos jornalistas.
Trabalho
Trabalhadores do call-center da Segurança Social estão em situação “inaceitável”
A coordenadora do Bloco diz que a Segurança Social “lava as mãos, entrega isto a uma empresa como a Reditus, e estas trabalhadoras e trabalhadores trabalham com salário mínimo e com subsídio de refeição de pouco mais de quatro euros”, abaixo do que é praticado na função pública.
“Não há nenhuma razão para que a Segurança Social não internalize estes trabalhadores. São técnicos, são especializados, têm de receber como um técnico da Segurança Social, com o mesmo subsídio de refeição e condições de trabalho”, defendeu, lembrando que na primeira visita que fez ao call-center “foi barrada a minha entrada e da segunda consegui entrar após insistência, mas às pessoas que estavam comigo e ao sindicato não lhes foi permitida a entrada dentro da sala do call-center”.

Para Mariana Mortágua, “não podemos continuar a falar sobre o interior, sobre o trabalho, o salário e sobre as mulheres, que são a maioria das pessoas que aqui trabalham, e depois condená-las a um trabalho mal pago, sem condições e ainda por cima um trabalho no interior do país que é importante para tanta gente quando não há outras oportunidades”, concluiu. Nesta concentração estiveram também as primeiras candidatas do Bloco por Castelo Branco, Inês Antunes, e também pelo círculo da Guarda, Beatriz Realinho.
A luta destes trabalhadores começou a 7 de abril e prolonga-se até ao final da próxima semana. Para além da integração nos quadros da Segurança Social, exigem um aumento salarial de 150 euros com retroativos a janeiro, o aumento do subsídio de refeição dos atuais 4,27 para 9,60 euros, condições laborais que respeitem a sua dignidade, o pagamento do salário até ao último dia útil do mês, o direito ao gozo de férias em dias marcados pelos trabalhador e não impostos pela empresa e o direito a ter o apoio sindical e a participar nos plenários com tempo justificado e remunerado.