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Trabalhadores da hotelaria e do Parque da Autoeuropa condenam recurso ao lay-off

A Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa não aceita o eventual não pagamento da TSU por parte das empresas. Sindicatos da Hotelaria diz que o lay-off contraria orientações da DGS.
Entrada da fábrica da Volkswagen Autoeuropa
Entrada da fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela. Foto Paulete Matos.

“Condenamos o recurso a lay-off [suspensão temporária dos contratos de trabalho] e a decisões que coloquem em causa o não pagamento de TSU por parte das empresas, especialmente quando a Segurança Social mais necessita”, refere um comunicado divulgado esta quinta-feira pela Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, citado pela agência Lusa.

A medida pode vir a ser adotada pela empresa na sequência do surto de Covid-19, mas os trabalhadores defendem que existe uma alternativa já praticada nas empresas do Parque Industrial da Autoeuropa quando há paragens na laboração: o recurso aos “downdays”, os dias de não produção.

O recurso ao lay-off, que põe a Segurança Social a pagar parte do salário dos trabalhadores durante o período de suspensão do trabalho, também é contestado no setor da hotelaria. A Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) diz mesmo que para que as orientações da Direção Geral da Saúde sejam cumpridas, no que diz respeito ao reforço da limpeza e asseio dos quartos, não pode haver dispensa nem lay-off para os trabalhadores.

No final de uma reunião com secretária de Estado do Turismo, o porta-voz da FESAHT afirmou que essas medidas da DGS "obrigam a que haja duas equipas, uma para limpar e arrumar as roupas, e outra para introduzir as roupas novas" nos quartos de hotel.

"Face a essa necessidade, nós entendemos que não é possível despedir ninguém, e muito menos - é uma violência - vir pedir publicamente que façam os despedimentos e que seja o Estado a pagar as indemnizações aos trabalhadores", prosseguiu Francisco Figueiredo.

Os sindicatos entendem que a aplicação do lay-off na hotelaria pode “pôr em causa de forma grave os direitos dos trabalhadores" e lembram que "os patrões têm almofada para poder aguentar algumas situações de crise”, uma vez que recusaram aumentos justos nos últimos anos com o argumento de que estariam a precaver uma nova crise.

"Agora aparece uma crise e vão estender a mão ao Governo para lhes dar 200 milhões de euros. Nós entendemos que isto merece a nossa contestação e a atenção de todos", contestou o porta-voz da FESAHT.

"Agora aparece uma crise e vão estender a mão ao Governo para lhes dar 200 milhões de euros. Nós entendemos que isto merece a nossa contestação e a atenção de todos", contestou o porta-voz da FESAHT. Ainda antes da reunião, a federação já tinha criticado publicamente o acordo entre governo e patrões “para mandar os trabalhadores para casa com uma redução brutal de rendimentos e o Governo ainda se dispõe a repor dificuldades de tesouraria” com a linha de apoio de 200 milhões de euros.

 

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