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Tito Paris celebra 40 anos de carreira em Lisboa e Porto

Voz inconfundível da música que junta as raízes de Cabo verde com os sons do Caribe, Tito Paris comemorou em maio 60 anos de vida e agora vai celebrar em palco os 40 anos de carreira artística completados no ano passado, contando a partir da entrada no grupo Voz de Cabo Verde, a convite de Bana, quando veio residir para Portugal em 1982. Tito Paris pensava que vinha tocar baixo, mas acabou por ser o baterista do grupo. Só depois se tornou cantor.
40 anos depois, a festa vai ter lugar esta sexta-feira no Coliseu de Lisboa e no dia 17 de novembro no Coliseu do Porto, em concertos que contam com a participação de quatro artistas convidados: Rui Veloso, com quem travou amizade quando ambos chegaram a Lisboa, Dany Silva, que o convenceu a trocar a bateria pela voz, Paulo Flores, que o levou a conhecer a música de Angola, e Sandra Horta, jovem cantora cabo-verdiana que o acompanhou em tournées e cujo último disco produziu.
“Temos de agradecer a Deus, porque fazer 60 anos, hoje, por tudo aquilo que já passámos no mundo, é preciso agradecer. É fantástico, é ótimo. E esses são 40 anos de história da minha vida, em que conheci outras pessoas, 40 anos de experiências com muitos cantores e músicos, aqui e pelo mundo fora. Isso para mim conta muito, é um presente que eu recebi”, afirmou o artista ao jornal Público.
Em 1987, “Fidjo Maguado” foi o primeiro álbum que gravou a solo, um instrumental. Seguiu-se em 1994 "Dança Ma Mi Criola", um grande sucesso, misturando os sons de Cabo Verde com os do Caribe, introduzindo naipes de metais e de cordas. “Dava uma tonalidade diferente. Porque quando cheguei a Portugal, vi que toda a gente fazia naipes com sintetizador e eu nunca estive de acordo. Então, quando comecei a assumir a minha carreira a solo, sempre quis tocar com naipes. E depois outros começaram a fazer o mesmo, porque viram que resultava muito bem e dava à música outro sabor”, recorda Tito Paris.
Graça De Tchega (1996), Guilhermina (2002) e Mim Ê Bô (2017) foram os três álbuns de estúdio gravados por Tito Paris, intercalados por outros discos gravados ao vivo. No interregno entre as gravações em nome próprio, participou em inúmeras parcerias, também nos arranjos e produções para outros artistas. Nos últimos anos participou em espetáculos e gravações do coletivo Rua das Pretas, dinamizado pelo cantor e compositor brasileiro Pierre Aderne.
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