Tiago Mayan demitiu-se da presidência da junta da União de Freguesias da Foz, Aldoar e Nevogilde, no Porto, depois de ter sido apanhado a falsificar assinaturas em documentos da Junta de Freguesia. Em causa está a entrega de assinaturas falsas para a obtenção de fundos municipais destinados ao associativismo.
Após ter falhado os prazos de candidatura do fundo de apoio ao associativismo e ao orçamento colaborativo, cujas verbas são transferidas pela câmara para as freguesias, o presidente da junta – que foi candidato da Iniciativa Liberal às eleições presidências de 2021 – tentou obter o financiamento com assinaturas falsas, segundo avança o Público.
Mayan foi eleito presidente da junta da união de freguesias pelo movimento independente de Rui Moreira, com o apoio da Iniciativa Liberal - da qual é membro, tendo chegado mesmo a concorrer para a presidência do partido -, CDS, Nós Cidadãos e MAIS. Segundo o Público, o próprio Rui Moreira terá avisado Mayan de que estaria em risco de não receber as verbas previstas para este ano se não cumprisse as obrigações contratuais.
A agência Lusa avançou que o valor global das verbas em questão é de 875 mil euros, sendo que a cada freguesia cabe uma verba máxima de 120 mil euros. A informação sobre a falsificação de assinaturas foi tornada pública pela Lusa, que teve acesso à ata de uma reunião privada que ocorreu na quarta-feira, na qual é tornado claro que uma outra ata relativa à reunião do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, datada de 16 de setembro, “não foi elaborada pelo júri, nem tão-pouco assinada pelos mesmos, tratando-se de um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa”.
Confrontado com o documento falsificado, Mayan admitiu ter sido ele a elaborar a ata e a forjar as assinaturas dos membros do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense. O objetivo do autarca era que a ata falsificada responsabilizasse o júri pelo pedido de dispensa de audiência prévia, imputando exigências de cumprimento de prazos impostas pelo munícipio, de forma a que pudesse ter acesso ao financiamento para o qual não concorreu a tempo.