Ambiente

Sustentabilidade hídrica da Europa está em risco

16 de outubro 2024 - 11:27

Dois terços das superfícies hídricas da Europa estão contaminadas por poluição e degradação, ou afetadas pelas alterações climáticas e consumo excessivo. Agência Europeia do Ambiente quer reduzir em metade uso dos pesticidas até 2030.

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Rio Guadiana
Rio Guadiana. Fotografia de José Luís Sola Marín/Flickr

A Agência Europeia do Ambiente (EEA) alertou esta terça-feira para o facto de que apenas um terço das superfícies hídricas do continente estão em bom estado, o que põe em causa a sustentabilidade hídrica europeia. As restantes estão contaminadas por poluição e degradação de habitats naturais, ou são afetadas pelas alterações climáticas e pelo consumo excessivo de água.

Apenas 37% das massas de água superficiais obtiveram uma avaliação ecológica “boa” ou “elevada” no mais recente estudo da EEA. “A saúde das águas da Europa não é boa. As nossas águas enfrentam um conjunto de desafios sem precedentes que ameaçam a segurança hídrica da Europa”, afirmou em comunicado Leena Yla-Mononen, a diretora-executiva da Agência Europeia do Ambiente.

Ao contrário das águas subterrâneas, as superfícies hídricas são vulneráveis à poluição do ar, como aquela produzida pelos processos industriais ou de produção de energia e pelas emissões dos veículos motorizados, mas também à indústria agrícola, cujos resíduos contaminam os solos.

A EEA apelou aos estados-membro da União Europeia para que reduzissem para metade o consumo de pesticidas até 2030. “Temos de redobrar os nossos esforços para recuperar a saúde dos nossos valiosos rios, lagos, águas costeiras e outras massas de água, e para garantir que este recurso vital seja resiliente e seguro para as gerações vindouras”, disse Yla-Mononen.

As alterações climáticas tornaram o continente europeu naquele que mais rapidamente tem aquecido, e essas mudanças têm levado à agudização de cheias e secas. Também a agricultura de regadio intensiva tem tido o seu papel no esgotamento dos recursos hídricos do continente e isso é demais evidente em Portugal e no Algarve.

A avaliação da EEA analisou 120.000 massas de água superficiais e 3.8 milhões de quilómetros quadrados de superfície hídrica em 19 países da União Europeia e na Noruega.