Em declarações à agência Lusa, o eurodeputado e dirigente do Bloco lembrou ainda que a companhia aérea “compra e contrata serviços a muitas outras empresas portuguesas, é um dos grandes centros de qualificações do país e tem uma atividade que é fundamental para vários setores de atividade económica que são muito importantes para a economia portuguesa”. Acresce que a TAP “está a dar resultados positivos”.
“E, portanto, tudo isto mostra que felizmente as preocupações do Presidente têm uma solução, e a solução é não privatizar a TAP”, concluiu.
De acordo com o Bloco, “não existe uma boa modalidade de privatização da TAP” uma vez que “não existe um bom formato para uma péssima decisão”.
“O debate sobre os objetivos a atingir com a privatização da TAP nos deve levar à conclusão, sem teimosias da parte do Governo, que a única forma de garantir as preocupações que o PR manifesta em relação às consequências da privatização da TAP, e em relação ao papel que a TAP tem na economia e até na sociedade portuguesa, que a única forma de assegurar a resolução dessas preocupações é recuar na privatização da TAP. Vamos perfeitamente a tempo e seria uma boa notícia para o país”, frisou.
José Gusmão assinalou também que “a falta de transparência é uma marca de quase todos os processos de privatização em Portugal”.
“Mas o que é fundamental é assegurar que a privatização não se faça, porque essa é que é a questão de fundo. A ideia de que vamos arranjar um modelo de privatização que vai garantir as várias funções de interesse público que a TAP garante na nossa economia e na nossa vida social é uma perfeita ilusão”, defendeu.
O eurodeputado espera que as “inquietações do Presidente da República relancem um debate, um debate aberto sem teimosias”.
O Presidente da República exortou o Governo a clarificar "a capacidade de acompanhamento e intervenção do Estado numa empresa estratégica como a TAP; a questão da alienação ou aquisição de ativos ainda antes da privatização; a transparência de toda a operação".
Já o gabinete do primeiro ministro emitiu uma nota na qual garante que António Costa “regista as preocupações de Sua Excelência o Presidente da República que serão devidamente ponderadas”.