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Senegal: Após prender o seu líder, governo dissolve maior partido da oposição

O regime senegalês de Macky Sall, apoiado por França, acaba de ilegalizar o maior partido da oposição após ter prendido o seu líder Ousmane Sonko.
Foto publicada na página de Facebook do Pastef.

Em comunicado, o ministério do Interior senegalês refere que o Pastef, Patriotas Africanos do Senegal pelo Trabalho, a Ética e a Fraternidade, um partido de esquerda senegalês fundado em 2014, “frequentemente incitou os seus militantes” a promoverem “atos insurrecionais”. Acusando o Pastef de não cumprir as obrigações inerentes a um partido político, o regime do presidente Macky Sall anuncia a sua dissolução.

O Pastef garante que responderá pelas vias legais, denunciando que a sua dissolução é “de uma flagrante ilegalidade”, que resulta da “vontade despótica” de Macky Sall de se manter no poder. E reforça que Ousmane Sonko será candidato à presidência do Senegal em 2024.

 

O anúncio da dissolução do Pastef surge após a prisão de Sonko, à qual a coordenação portuguesa reagiu criticando “as derivas autoritárias do regime do Presidente Macky Sall e a sua instrumentalização da justiça para silenciar e reprimir a oposição”, que “têm tido elevados custos em vidas humanas e constituem ameaças graves à ordem constitucional”.

Na sua conta de X, anterior Twitter, Jean-Luc Mélenchon afirma que Ousmane Sonko “encarna o Senegal democrático contra a lei do mais forte e a manipulação judicial” e alerta para a “escalada insuportável contra o modelo democrático senegalês”.

“O partido de Ousmane Sonko é banido e a sua propriedade confiscada. O governo francês não deve tolerá-lo”, escreve.

A ditadura senegalesa procura por todos os meios silenciar a revolta e o descontentamento do povo, tendo, inclusive, mandado suspender a internet a partir desta segunda-feira para evitar a divulgação dos atos de resistência popular. Apesar das perseguições, prisões e todo o tipo de atentados contra as liberdades individuais, surgem focos de resistência um pouco por todo o país. Pelo menos duas pessoas foram mortas esta segunda-feira em Ziguinchor, no sul do Senegal, durante os protestos que se seguiram à detenção de Sonko.

 

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