A apresentação oficial das camisolas que os jogadores da seleção da Dinamarca irão envergar no Mundial de futebol em novembro confirmam o que já circulava nas redes sociais. Tanto o símbolo da equipa nacional como o logótipo da marca patrocinadora dos equipamentos aparecem quase invisíveis.
"Com as novas camisolas da seleção dinamarquesa, queríamos enviar uma dupla mensagem. Não só são inspiradas pelo Euro'92, prestando homenagem ao maior sucesso do futebol dinamarquês, mas também um protesto contra o Qatar e o seu historial em matéria de direitos humanos. É por isso que esbatemos todos os detalhes das novas camisolas da Dinamarca para o Campeonato do Mundo, incluindo o nosso logótipo. Não queremos ser visíveis durante um torneio que já custou a vida a milhares de pessoas", afirmou a Hummel na apresentação da camisola.
"Apoiamos a seleção dinamarquesa até ao fim, mas não apoiamos o Qatar como sede do Mundial. Acreditamos que o desporto deve unir as pessoas. E quando tal não acontece, queremos marcar uma posição", prossegue o comunicado.
Outra alteração é a da cor do terceiro equipamento: "Preto. A cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisola da Dinamarca para o Mundial deste ano." Com esta camisola, "queremos marcar uma posição sobre o histórico de direitos humanos do Qatar e o seu tratamento aos trabalhadores migrantes que construíram os estádios do Mundial", afirma a marca.
No ano passado, o Guardian revelou que já tinham morrido mais de 6.500 trabalhadores migrantes e ficaram feridos muitos milhares, sobretudo oriundos da India, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka nas obras que o país teve de desenvolver para acolher o Campeonato do Mundo de Futebol. A FIFA tem sido pressionada por organizações de defesa dos direitos humanos a indemnizar as famílias das vítimas com uma parte dos quase 6 mil milhões de euros que irá arrecadar com o evento.