Centenas de trabalhadores de uma fábrica da Samsung de Sriperumbudur, perto da cidade de Chennai, no sul da Índia, estão em greve há três dias, tendo obrigado a direção da empresa no sudoeste da Ásia a deslocar-se ao local para negociar.
Querem que o seu sindicato, apoiado pelo Centro Indiano de Sindicatos, seja reconhecido e protestam por melhores salários, horários adequados e condições de trabalho dignas numa fábrica designada pela Reuters como “chave” para a produção de materiais eletrónicos da multinacional. A empresa é a maior do setor naquele país e esta fábrica representa entre 20 a 30% dos seus rendimentos naquele mercado fundamental. Nestas instalações estão empregados perto de 1.800 trabalhadores e produzem-se desde televisões, a frigoríficos e máquinas de lavar.
A greve é considerada uma das maiores deste género nos últimos anos e surge na proximidade do Diwali, uma época festiva na qual as compras aumentam, sendo um momento determinante para os negócios.
De acordo com a agência noticiosa internacional, à porta da fábrica há cartazes a dizer que a greve é por tempo indefinido, refeições a serem preparadas e distribuídas pelos trabalhadores e canta-se “vamos permanecer juntos e ganhar”. O dirigente sindical E. Muthukumar garante que “a greve vai continuar até que seja alcançado”, estando a seguinte ronda negocial marcada para sexta-feira.
Ao mesmo tempo, a direção da empresa no país colocou a circular no Economic Times a notícia de que vai cortar com 200 postos de trabalho em cargos que designa como “executivos”, afirmando que há uma descida de vendas. A redução vai afetar entre 9 a 10% dos cargos de gestão e a estes serão “compensados” com três meses de salário mais uma indemnização não esclarecida por cada ano de serviço disseram quatro dirigentes de topo da empresa na Índia.
As indicações que vêm do interior da empresa na Índia são que haverá um plano de reestruturação que pode levar a fusão de divisões, sugerindo-se que o número de despedimentos poderá ainda aumentar.
Samsung aperta o cinto a nível mundial
O cenário a nível mundial segue as mesmas perspetivas. Depois destas notícias terem sido conhecidas, a Reuters cita três fontes da empresa que afirmam que a marca coreana vai cortar até 30% do seu pessoal fora do seu país de origem em algumas das suas divisões. As sucursais estarão a ser instruídas a cortar até 15% do pessoal de vendas e marketing e 30% do pessoal administrativo.
O plano será para implementar até ao final deste ano e não se sabe ainda quantas pessoas vai envolver nem quais os países mais afetados. A Samsung emprega 267.800 trabalhadores. Mais de metade fora da Coreia do Sul.