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Síria: EUA discutem intervenção militar com os seus aliados

John Kerry classificou os ataques de “inegáveis” e “indesculpáveis”. “É real e convincente. É uma obscenidade moral”, disse.
Segundo Kerry, o regime de Bashar al-Assad possui esse tipo de munição em stock e pediu que o governo da Síria seja transparente. “Se o regime não tem o que esconder, então a resposta dele precisa ser transparente”, afirmou.
Durante o seu discurso desta segunda-feira, apesar de fazer diversas críticas e acusações indiretas a Assad, Kerry não disse textualmente que o governo sírio é responsável pelos ataques químicos. O secretário disse que Washington "reuniu informações" sobre esse tipo de operação e irá divulgá-las em breve.
As declarações de Kerry colocam em choque Estados Unidos e Rússia, tradicional aliada síria. Antes, o presidente russo, Vladmir Putin, havia afirmado, durante ligação ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que “não havia evidências” de que um ataque desse tipo havia acontecido na Síria
“Não há evidência sobre se um ataque com armas químicas aconteceu ou quem foi responsável”, disse Putin a Cameron, segundo um porta-voz do governo britânico.
Segundo Kerry, o presidente norte-americano, Barack Obama, está a discutir com aliados uma forma de responder aos ataques.
Nesta segunda-feira, inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) foram atacados por atiradores enquanto investigavam o uso de munição química na Síria. “O primeiro carro de investigação de armas químicas sofreu diversos disparos de origem desconhecida. O carro já não está a operar e voltou de forma segura para sua base”, confirmou o porta-voz oficial da missão.
Ainda no domingo (25/08), o presidente francês, François Hollande, conversou com Obama e disse que “tudo aponta para o regime em Damasco como autor" dos ataques químicos de 21 de agosto, anunciou o Eliseu.
"O chefe de Estado condenou o uso de armas químicas na Síria e destacou que tudo aponta para assinalar o regime em Damasco como o autor destes ataques inaceitáveis", informou a presidência francesa.
Artigo publicado em Opera Mundi
Comentários
Do que é que o esq.net (e a
Do que é que o esq.net (e a direcção do BE?) têm medo? Que o exército sírio tenha mesmo usado armas químicas? E se tivesse, isso justificava a invasão pelo EUA e seus aliados? E se o Iraque tivesse “armas de destruição maciça” isso teria justificado a invasão e tudo o que se lhe seguiu? Quem é que mais usou e usa armas químicas? Quem é que tem mais armas de destruição maciça e as usa sem dó nem piedade? Quem invadiu e continua a invadir directa e indirectamente um sem número de países ao longo dos anos? É o tirano da Síria? Qual é o direito jurídico internacional e o direito moral dos povos que justifica esta invasão? Qual é o direito do Estado predador dos povos do mundo comandar esta invasão, mesmo que para depor um tirano? Passa-lhes pela cabeça que isso resultará em algum benefício para os povos da Síria e para quem lá deseja a liberdade a sério?
Do que é que o esq.net (e a direcção do BE?) têm medo? Que certa intelectualidade de esquerda pós-moderna requentada (porque o neoliberalismo, dos neocons ao nobel Obama, lhes estão a dar com o posmodernismo na cabeça) fique ofendida se forem claros contra o imperialismo americano? Porque este já não há? Ou porque está em declínio e “é fundamental” ter isso em consideração (como se quem declina não se quisesse aguentar ainda com mais ganas)? Ou não é de bom tom nomeá-lo pelo nome próprio? Que se zanguem porque essa posição “só pode querer dizer” que o BE apoia o regime sírio? E vocês, acham que quer dizer isso? Dá para comparar: o predador do mundo mais a sua trupe, responsáveis por mortos aos milhões mais a depradação do planeta com um tirano local por mais criminoso que seja? Dizer que não dá para comparar é tomar partido? Tomar partido é defender a tirania? E calar-se perante a invasão iminente (a vontade de invadir está mais que dita – só por calculismo de maus efeitos é que se retardarão) é o quê?
Do que é que o esq.net (e a direcção do BE?) têm medo? Que algum leitor mais “apolítico”, ou mais crítico do “sectarismo” dos partidos, se desgoste com algum artigo do esq.net mais “tendencioso”? E que a frequência dos acessos à página diminua? Se for esse o cálculo onde irão parar? Os leitores mais ansiosos podem ir ao sítio do Bloco que esse já é “partidário”? Dááá? Os mais impacientes que tenham calma até vocês verem no que é que as coisas ficam? Ou darem conta de algum artigo mais esclarecedor de algum iluminado (com tanto artigo desses pela Net, gostava de conhecer melhor os vossos critérios de selecção)?
Camaradas, tudo isto e muito mais passa-me pela cabeça quando leio este tipo de artigos a propósito de situações tão dramáticas como esta. E o pior é que o mal não é só vosso, está tão espalhado que a invasão dá-se e o protesto português, se calhar europeu, fica-se nos tacos, nem sequer com falsa partida…
(Só um exemplo – vem aí o Marx pedalando para o II Congresso e o assunto nem por lá passa, ou então vagamente enrolado em tais vestes pós-modernas que só os muito entendidos darão por isso…).
"Quem é que mais usou e usa
"Quem é que mais usou e usa armas químicas? Quem é que tem mais armas de destruição maciça e as usa sem dó nem piedade?" Quando é que os EUA usaram armas químicas e de destruição maciça recentemente?
De qualquer modo, concordo consigo na oposição ao imperialismo americano, na maior parte do que diz. Mas a esquerda não pode ficar silenciosa face a um ditador que dispara sobre os próprios civis, tal Czar no 9 de Janeiro, mas agora com armas químicas e tudo. É claro que os rebeldes (ou alguns deles) também gostariam de instaurar uma ditadura, desta feita teocrática, e que é possível que também estejam a utilizar armas químicas. Mas isso é tanto mais razão para a necessidade de proteger o povo sírio desarmado que sofre à mão de ambos os ditadores. Gostaria que essa intervenção fosse feita em conjunto com a Liga Árabe, mas julgo que nenhum democrata e muito menos de esquerda pode dormir descansado quando um povo se encontra assim atacado dos dois lados por um ditador fascista e uns rebeldes teocratas.
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