À porta da Procuradoria-Geral Russa, em Moscovo, um grupo de cerca de 50 pessoas, pertencentes à Frente de Esquerda, uma coligação de partidos e movimentos sociais que se opõem a Putin, procurou entregar um abaixo-assinado. Pelo menos 26 de entre eles acabaram detidos pela polícia, segundo informa o Euronews.
O abaixo-assinado em causa defendia o fim da proibição de manifestações que fez parte do pacote de medidas para combater a pandemia do novo coronavírus e está em vigor desde março.
Andrey Seleznyov, pertencente à organização, explicou as razões invocadas, dizendo: “simplesmente viemos aqui para entregar um pedido para os procuradores averiguarem se era razoável interditar grandes ajuntamentos em Moscovo. Quais são os fundamentos para isso, já que decorrem eventos sociais, festas de graduação bem como milhões de pessoas a apanhar o metro todos os dias. Porque é que as pessoas não podem expressar as suas opiniões?"
Seleznyov declarou ainda que “as pessoas vieram aqui simplesmente para apresentar um pedido aos Procuradores, pedindo-lhes para analisar se é razoável que se mantenha a proibição de manifestações em Moscovo”.
Numa outra manifestação, que contou com cerca de uma centena de ativistas do movimento “Para um novo socialismo”, também se terão registado detenções. Aqui, os ativistas protestavam contra a prisão de Nikolay Platoshkin, professor universitário e ex-diplomata.
Platoshkin é reconhecido como prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional. Foi acusado a quatro de junho de incitar a distúrbios de massas e de disseminar publicamente informação reconhecidamente falsa sobre circunstância que colocam em causa a vida e a segurança dos cidadãos. Depois de acusado, foi colocado em prisão domiciliária, tendo-lhe sido retirados computadores, câmara e dinheiro.