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“RTP tem de ser um modelo de independência, acessibilidade e conteúdos públicos”

Na abertura da jornada “Refundar a RTP com uma política de serviço público”, Catarina Martins defendeu a necessidade de um amplo debate e deixou um alerta: "A falta de condições na RTP está a criar um cenário de crescente externalização dos seus serviços, o que é uma forma de privatização parcial".
No momento em que se aproxima a revisão quadrienal do Contrato de Concessão do serviço público de rádio e televisão, o Bloco de Esquerda organizou a Jornada “Refundar a RTP com uma política de serviço público”, na Casa da Imprensa, em Lisboa.
No momento em que se aproxima a revisão quadrienal do Contrato de Concessão do serviço público de rádio e televisão, o Bloco de Esquerda organizou a Jornada “Refundar a RTP com uma política de serviço público”, na Casa da Imprensa, em Lisboa. Foto de Esquerda.net.

No início da jornada “Refundar a RTP com uma política de serviço público”, que decorreu este sábado, na Casa da Imprensa, em Lisboa, a Coordenadora do Bloco de Esquerda mostrou-se preocupada com a "suborçamentação e falta de capacidade para a RTP atuar nas diferentes dimensões em que tem de atuar".

Vincando que o debate desta tarde não é um ataque à RTP, mas sim um contributo para o debate sobre a televisão pública em Portugal, Catarina Martins acrescentou que o Bloco está também "preocupado com as condições dos profissionais que trabalham na RTP e as condições técnicas em que esta está a operar", porque a estação pública "deve ser um exemplo do ponto de vista tecnológico" e “um modelo sobre o que é independência, acessibilidade e conteúdos públicos”.

Defendendo a necessidade um amplo debate, Catarina explicou que a iniciativa bloquista é contributo para colmatar a "falta de pensamento público sobre o próprio papel que a RTP deve ter e sobre as obrigações a que esta deve responder", vincando que a estação de televisão pública é “um instrumento da política externa”, “um braço da política cultural” e também “um instrumento óbvio de coesão territorial”. Por isso, defendeu, as decisões de fecho de delegações da RTP “são um ataque a essa coesão”.

Na intervenção, que serviu de introdução para o debate com os jornalistas Isabel Moreira, José Manuel Rosendo, João Fernando Ramos e Ricardo Alexandre, a Coordenadora do Bloco deixou ainda o alerta: "A falta de condições da própria RTP está a criar um cenário de crescente externalização dos seus serviços, o que é uma forma de privatização parcial".

Catarina Martins defendeu a extinção do Conselho Geral Independente, questionando a sua utilidade e também a manutenção de Gonçalo Reis à frente da RTP, propondo que o presidente da estação pública de rádio e televisão “deve ser escolhido pela Assembleia da República, por maioria qualificada”.

A Coordenadora bloquista relembrou também o estudo “patético e incompetente de Miguel Relvas” que defendia a privatização da RTP, para reiterar a necessidade de um discurso “do outro lado”, isto é, sobre o futuro do serviço público.

Depois do painel sobre “A independência do serviço público de informação”, o historiador António Reis e o cineasta Bruno Cabral juntaram-se a Rosário Vivaldo, do museu RTP, e à jornalista Margarida Metello, para debater as “Funções do serviço público nos planos cultural, da memória e da produção audiovisual".

Por último, o debate sobre “Quem paga? Quem manda? Sustentabilidade e tutela do serviço público”, teve a participação do jornalista António Louçã e do cineasta António Pedro Vasconcelos.

 

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