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Remunerações abusivas: CEO da Jerónimo Martins ganhou quase o dobro em 2016

Pedro Soares dos Santos recebeu, em 2016, 1,27 milhões de euros de remuneração do grupo. O líder da Jerónimo Martins teve um aumento de 46,6% em relação ao ano anterior.
Pedro Soares dos Santos, Presidente do Conselho de Administração e Administrador-Delegado da Jerónimo Martins, e o seu pai, Alexandre Soares dos Santos, que deixou de ser CEO da sociedade a 1 de novembro de 2013. Foto de Tiago Petinga, Lusa.
Pedro Soares dos Santos, Presidente do Conselho de Administração e Administrador-Delegado da Jerónimo Martins, e o seu pai, Alexandre Soares dos Santos, que deixou de ser CEO da sociedade a 1 de novembro de 2013. Foto de Tiago Petinga, Lusa.

Pedro Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins (JM) desde final de 2013 quando substituiu o seu pai – Alexandre Soares dos Santos, recebeu em 2016 mais 864 mil euros do que em 2015.

A notícia é do Negócios, com base no relatório e contas da JM, divulgado nesta sexta-feira, 10 de março de 2017.

Pedro Soares dos Santos tinha recebido em 2015 um montante total de 865,6 mil euros. Em 2106, a sua remuneração total subiu para 1,269 milhões de euros – um aumento de 46,6%, num ano.

Segundo o Negócios, Pedro Soares dos Santos recebeu 220,5 mil euros a título de componente fixa, mais 157,5 mil euros de componente variável, mais 189 mil euros para plano de pensões de reforma. A este montante de 567 mil euros que recebeu pelas funções de CEO, acresce 409,5 mil euros e 292,5 mil euros que recebeu como componente fixa e componente variável, respetivamente, por "funções em órgão de administração" de outras sociedades do grupo JM.

A administração da JM recebeu no global 1,4 mil milhões em 2016, enquanto em 2015 tinha recebido 1,74 mil milhões. Do montante total recebido pela administração, o CEO recebeu 40%.

Quem é aumentado em 46,6% num ano?

Nenhum trabalhador ou trabalhadora tem um aumento destes de um ano para o outro, mesmo que seja aumentado, o que na maior parte das vezes não acontece.

Note-se que em 2015, quando Pedro Soares dos Santos recebeu 865,6 mil euros, a remuneração do CEO da Jerónimo Martins foi 90 vezes mais do que a média dos seus trabalhadores. E em 2013, essa relação foi de 108 vezes mais.

Como Catarina Martins afirmou, nesta sexta-feira em Braga, "o problema está sempre na má distribuição”.

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