Refinaria da Galp em Sines domina top dos maiores poluidores de Portugal

14 de agosto 2025 - 14:22

Esta estrutura aumentou num ano as emissões em 11%, o que “mostra um peso muito significativo e crescente dos combustíveis fósseis na nossa economia e emissões poluentes” diz a Zero que fez um ranking das empresas mais poluidoras.

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Refinaria da Galp em Sines
Refinaria da Galp em Sines. Foto da empresa

Uma análise da associação ambientalista Zero aos registos da Comissão Europeia de emissões associados ao mecanismo “Comércio Europeu de Licenças de Emissão”, divulgada esta quinta-feira, mostra que a instalação mais poluente do país continua a ser a refinaria da Galp em Sines que até aumentou as suas emissões em 11%. Isto “mostra um peso muito significativo e crescente dos combustíveis fósseis na nossa economia e emissões poluentes”.

O CELE integra as principais unidades de setores fortemente emissores de emissões de carbono, nomeadamente centrais térmicas, refinação, cimento, pasta de papel, vidro, entre outras, o que permite conhecer os grandes poluidores, neste caso referentes ao ano de 2024.

A Zero destaca que o “top dez” das empresas/unidades mais poluentes do país se manteve entre 2023 e 2024, apesar de algumas “trocas de posição significativas”. As mais relevantes dizem respeito à forte redução das emissões das centrais térmicas a gás natural fóssil para produção de eletricidade. Esta teve um peso tal que permitiu uma queda de 11% no total das emissões do top 10 dos poluidores. A diminuição acontece devido ao “maior peso das renováveis e uma maior dominância na indústria de produção de cimento”. A central do Pego diminuiu as emissões mas o destaque vai sobretudo para a da Tapada do Outeiro cuja poluição caiu em 80%.

Sobre o primeiro lugar da Galp, os ambientalistas sublinham ainda que esta empresa continua “virada para a exploração e produção de combustíveis fósseis com mais de seis vezes e meia vezes do seu investimento a eles dedicado por comparação com investimento em renováveis”. Entre 2023 e 2024, a Galp diminuiu até o investimento em renováveis de 13% para 12%.

O segundo lugar do ranking é ocupado pela TAP. Só que, neste caso, é preciso sublinhar a advertência de que, no caso das companhias aéreas, o CELE apenas considera as emissões poluente de voos entre aeroportos no espaço da União Europeia, incluindo a Suíça. A subida de emissões nesse âmbito foi de 1%.

Para além de Petrogal e TAP, os lugares seguintes são ocupados pela unidade de Alhandra da Cimpor, depois pela de Souselas da mesma empresa, seguida pela fábrica do Outão da Secil.

Abaixo deste top 5, fica a central do Pego, que também registou uma queda já que era a quarta em 2023. Em seguida, a fábrica de cimentos de Maceira-Liz, a central termoelétrica de Lares da EDP, a Lusical que produz cales não hidráulicas, fechando agora a lista a Central da Tapada do Outeiro.

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