O Partido Rússia Unida, dirigido pelo primeiro-ministro, Vladimir Putin, e pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev, conseguiu 238 lugares num Parlamento de 450 cadeiras, segurando assim a maioria por apenas 13 lugares. Em 2007 tinha conseguido 315. Deste modo, o Partido Rússia Unida perdeu a maioria constitucional, mas manteve o número de deputados suficiente para formar governo sozinho.
O segundo partido mais votado, com 92 mandatos (57 em 2007), foi o Partido Comunista. Já o Partido Rússia Justa alcançou 64 deputados (38 em 2007) e o Partido Liberal-Democrático conseguiu 56 (40 em 2007).
Contadas 95,71 das mesas de voto, o Rússia Unida conquistou 49,54 por cento, o Partido Comunista 19,16 por cento, o Rússia Justa 13,22 por cento e Partido Liberal-Democrático 11,66 por cento.
Observadores registam “violações frequentes” nas legislativas russas
As eleições legislativas na Rússia ficaram marcadas por “violações frequentes” na contagem dos votos, incluindo a entrada irregular de boletins nas urnas, denunciou a missão de observadores internacionais da Organização de Segurança e Cooperação na Europa.
“O sufrágio foi bem organizado, mas a qualidade do processo [eleitoral] deteriorou-se de forma significativa na contagem”, lê-se no comunicado. A organização de monitores eleitorais avalia ainda que “a concorrência política foi limitada e não justa” durante a campanha e que se registou “falta de independência” das autoridades eleitorais e dos media no país”, a par das “ingerências do Estado a todos os níveis da vida política”.
A OSCE nota que “apesar” destas falhas, “os eleitores usaram o direito de exprimir a sua escolha”, mas que “são necessárias mudanças para que a vontade do povo seja respeitada”, reiterou um dos chefes da missão de observadores, Petros Efthymiou.
Várias forças políticas da oposição russa já anunciaram que vão manifestar-se em Moscovo e noutras cidades russas para protestar contra os resultados eleitorais, considerando-os adulterados a favor do Partido de Putin.
No domingo, pelo menos 170 opositores foram interpelados na Rússia, no decurso da votação para as eleições legislativas, enquanto surgiam denúncias de ciberataques que paralisaram diversos sítios independentes na Internet, referiu a agência noticiosa AFP. Os sites atacados registavam as eventuais infrações. De acordo com os seus responsáveis, a situação foi provocada por "ciberataques orquestrados" e destinados a impedir a divulgação das informações sobre as fraudes.