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Quando o ódio desfilar na Alameda, o 25 de Abril vai encher a Avenida da Liberdade

11 de setembro 2024 - 9:51

No dia 21 de setembro, sábado, a marcha de Cabral, que celebra o centenário do nascimento do libertador africano, vai acolher a mobilização democrática contra a extrema-direita. Leia aqui o apelo surgido na sequência da convocatória pelo Chega, para esse mesmo dia, de uma manifestação anti-imigrantes.

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cartaz

A marcha para comemorar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral já estava convocada antes de André Ventura anunciar para o mesmo dia uma manifestação anti-imigração. Os promotores da Marxa Cabral contra o fascismo, a xenofobia e o neocolonialismo consideram que ela ganha assim “redobrada importância” face à iniciativa do Chega prontamente apoiada por vários grupos neonazis.

“O contributo de Amílcar Cabral faz dele um dos autores do 25 de Abril, cujo recente cinquentenário foi uma enorme afirmação cidadã de liberdade, igualdade e esperança. Contra a banalização do racismo, apelamos a uma nova maré de liberdade. A política do ódio junta apenas uma minoria e a isso deve ser reduzida”, defende a convocatória da manifestação que parte às 15h do Marquês de Pombal rumo ao Rossio.

Entre os subscritores estão figuras da academia, das artes e do ativismo antirracista, além de responsáveis do Bloco, do Livre e do PS. Entre eles, Mariana Mortágua, Rui Tavares e Alexandra Leitão.

Leia aqui o apelo:


O país do 25 de Abril não deixa as ruas ao racismo

A extrema-direita é a maior ameaça à segurança do país. No Reino Unido como em tantos lugares, vimos mentira e preconceito a fomentar ódio e violência contra os imigrantes. A estratégia é a habitual: transformar descontentamento em divisão para conseguir ganhos eleitorais; perpetuar desigualdades a favor dos poderosos para obter o apoio destes.

Sob a bandeira de Cabral, contra a extrema-direita

Está desde há muito convocada para 21 de setembro uma marcha para comemorar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, pensador anticolonial e combatente da liberdade dos povos africanos.

Iniciativa do movimento negro em Portugal, a Marxa Cabral - contra o fascismo, a xenofobia e o neocolonialismo - ganha redobrada importância quando se realiza, na mesma data, a manifestação anti-imigração entretanto convocada pelo partido Chega e apoiada por vários grupos neonazis.

Sairemos à rua e seremos mais

O contributo de Amílcar Cabral faz dele um dos autores do 25 de Abril, cujo recente cinquentenário foi uma enorme afirmação cidadã de liberdade, igualdade e esperança. Contra a banalização do racismo, apelamos a uma nova maré de liberdade. A política do ódio junta apenas uma minoria e a isso deve ser reduzida.

Queremos justiça e segurança para todas as pessoas. Voltaremos a encher as ruas a 21 de setembro. Traz um amigo também.

Somos a maioria. Sábado, 21 de setembro, do Marquês ao Rossio, seremos mais.

Alexandra Leitão, líder parlamentar do Partido Socialista; Alexandra Lucas Coelho, escritora e jornalista; Alice Samara, historiadora; Ana Bárbara Pedrosa, escritora; Ana Benavente, professora universitária; Ana Deus, música; Ana Drago, socióloga; Ana Naomi, jornalista; Ângelo Torres, ator; António Brito Guterres, assistente social; António Capelo, ator; Bárbara Bulhosa, editora; Bruno Gonçalves, secretário-geral da União Internacional das Juventudes Socialistas; Capicua, rapper; Carla Castelo, vereadora Evoluir Oeiras; Carlos Pereira, ator e comediante; Carmo Afonso, advogada; Cláudia Semedo, jornalista; Cucha Carvalheiro, atriz; Daniel Oliveira, jornalista; Daniela Serralha, deputada Municipal dos "Cidadãos por Lisboa"; Dima Mohammed, professora universitária; Diogo Faro, comediante; Diogo Gazella Carvalho, cineasta; Eduardo Souto Moura, arquiteto; Erica Rodrigues, atriz; Eugénia Pires, economista; Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda; Fernanda Câncio, jornalista; Fernando Tordo, músico; Francisco Geraldes, futebolista; Gisela Casimiro, escritora; Inês Sousa Real, deputada do PAN; Isabel do Carmo, médica; Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre; Isabel Moreira, deputada do PS; Joana Lopes, gestora reformada; Joana Seixas, atriz; Joãozinho da Costa, ator; Jorge Palma, músico; Jorge Pinto, deputado do Livre; José Eduardo Agualusa, escritor; José Falcão, SOS Racismo; José Neves, sociólogo; Kiko is Hot, criador de conteúdos; Ksenia Ashrafullina, associação "Lisboa Possível"; Lila Tiago, fadista; Luís Fazenda, dirigente do BE; Manuel Carvalho da Silva, sociólogo; Mamadou Ba, SOS Racismo; Marcos Farias Ferreira, professor universitário; Margarida Gil, cineasta; Maria Begonha, deputada do PS; Mário Laginha, músico; Maria Gil, atriz; Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda; Miguel Costa Matos, secretário-geral da JS; Miguel Guedes, músico; Miguel Vale de Almeida, antropólogo; Miriam Sabjaly, jurista; Paula Cardoso, jornalista; Paula Cosme Pinto, consultora; Paulo Muacho, deputado do Livre; Pedro Anastácio, vereador PS em Lisboa; Pedro Delgado Alves, deputado do PS; Pedro Filipe Soares, dirigente do BE; Pilar Del Rio, jornalista; Richard Zimler, escritor; Rita Canas Mendes, escritora; Rita Silva, presidente da ANIMAL; Rosa Vieira de Almeida, designer; Rui Bebiano, professor universitário; Rui Tavares, deputado do Livre; Sandra Duarte Cardoso, presidente da SOS Animal; São José Lapa, atriz; Shahd Wadi, investigadora; Sofia Aparício, atriz; Sofia Pereira, dirigente da JS; Susana Peralta, professora universitária; Teresa Cunha, professora universitária; Timóteo Macedo, Solidariedade Imigrante; Vítor Belanciano, crítico cultural.