Listas de espera para primeiras consultas aumentaram 25% até julho

28 de outubro 2025 - 10:51

A avaliação da Entidade Reguladora da Saúde diz que o SNS continua a fazer mais consultas e cirurgias, mas o número de utentes em espera continuou a aumentar no primeiro semestre do ano.

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Idosa no exterior do hospital
Foto de Paulete Matos

A monitorização das listas de espera no SNS pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) concluiu que o número de primeiras consultas tem aumentado, à semelhança dos anos anteriores, mas isso não tem sido suficiente para dar resposta à procura. Os números citados pelo Diário de Notícias mostram que no primeiro semestre de 2025, quase um milhão de utentes, mais 25,6% do que no mesmo período do ano passado, ainda esperavam por uma primeira consulta e cerca de meio milhão esperavam já fora do Tempo Máximo Regulamentar Garantido (TMRG).

O tempo de espera nas consultas de especialidade é maior. Por exemplo, em cardiologia, havia quase 25 mil utentes à espera da primeira consulta, mais do dobro (140,9%) do que no ano anterior e quatro em cada cinco utentes (83,7%) fora do TMRG.

Nas cirurgias, também aumentou a lista de espera na área de oncologia, em 4,8%, com 16% dos utentes com espera superior ao TMRG. Isto apesar de o número de cirurgias programadas ter voltado a aumentar, desta vez 7,4% em relação ao mesmo período de 2024. No total da atividade cirúrgica, a lista de espera diminuiu 2,5% e houve 13,8% de utentes operados fora do TMRG.

Para o líder da associação de administradores hospitalares, Xavier Barreto, os aumentos de consultas do primeiro semestre do ano “não são suficientes e não serão, porque Portugal tem cada vez mais uma população envelhecida e a procura de cuidados irá continuar a aumentar". Ao Diário de Notícias, Barreto diz não ver novidades nestas conclusões e defende a necessidade de encontrar novas formas de acompanhar os doentes crónicos, libertando o tempo dos médicos para as primeiras consultas, lembrando que estas correspondem apenas a 25% das consultas realizadas. As restantes 75% são consultas de acompanhamento e poderiam ser feitas “com recurso a enfermeiros, a fisioterapeutas, a farmacêuticos ou até à tecnologia” como a telemonitorização, sugere.

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