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“Qualquer país que ache que pode viver sem ciência e investigação desistiu do seu futuro”

Catarina Martins reuniu com investigadores da Universidade do Porto, contestando a vontade do reitor de não vincular a relação laboral que estes têm com a instituição. “Queremos que a lei seja cumprida e a lei do PREVPAP prevê expressamente as instituições de ensino superior e de ciência”, afirmou.
Fotografia: Estela Silva/Lusa
Fotografia: Estela Silva/Lusa

No dia 23 de fevereiro, o reitor da Universidade do Porto (UP) foi ouvido no parlamento, a requerimento do Bloco de Esquerda. Durante toda a audição, mostrou desconhecer a lei do PREVPAP.

Para “o reitor da Universidade do Porto, que chumbou 97% dos requerimentos de precários no âmbito do PREVPAP, os cientistas e os docentes trabalham na Universidade quando assinam artigos cieníficos e publicações, mas para efeitos de progressão na carreira a UP não é responsável por ninguém”, pode ler-se num comunicado do Bloco.

“A UP diz que os centros de investigação e laboratórios associados são associações privadas fora do perímetro da UP, apesar de constarem sempre nos Relatórios & Contas da instituição”, afirma o mesmo documento.

Catarina Martins afirmou esta quarta-feira, após a referida reunião, que “há no país cerca de 5 mil precários da ciência, investigadores, professores”, “gente que faz a ciência e vive uma situação de precariedade há décadas”.

Estas pessoas candidataram-se ao PREVPAP para poderem ser vinculadas, mas está a acontecer algo na UP que a coordenadora do Bloco considera “preocupante”: “a UP diz que não tem nada que ver com os vários institutos e associações e que não tem de vincular quem lá trabalha”. Contudo, “estes institutos são os que fazem a ciência em nome desta universidade, são o prestígio, as notícias de que nos orgulhamos, os rankings extraordinários da UP”. “Na hora de lhes dar um contrato de trabalho”, acusa Catarina Martins, “é como se não existissem, o reitor da UP diz que não tem qualquer relação com essas pessoas”.

“Qualquer país que ache que pode viver sem ciência e investigação desistiu do seu futuro”, considera a coordenadora do Bloco, lembrando que “o PREVPAP é para regular os trabalhadores precários da administração pública, incluindo os cientistas do nosso país”. “Queremos que a lei seja cumprida e a lei do PREVPAP prevê expressamente as instituições de ensino superior e de ciência”, remata Catarina Martins.

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