A reunião entre o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo da Bielorússia, Aleksander Lukashenko, terminou com um anúncio de um pacote financeiro de 1,5 mil milhões de dólares.
Lukashenko, há 26 anos no poder, enfrenta protestos que resistem pela sexta semana consecutiva ao terror policial das forças de segurança do regime, a par de uma crise económica decorrente da crise pandémica que expôs as fraturas sociais do país, com organizações sindicais e estudantis a garantirem a resiliência da contestação.
As eleições, realizadas a 9 de agosto, deram uma votação super maioritária de 80% a Lukashenko, despoletando imediatamente protestos a pedir a sua demissão. Sem apoio popular, a Rússia vem garantir a estabilidade do regime fantoche.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, parte do pacote financeiro tem como objetivo refinanciar empréstimos anteriores, permitindo ao regime resistir à pressão financeira sobre o país.
Na reunião em Sochi, Putin afirmou que os dois países devem reforçar as suas ligações económicas, mas que a Bielorússia deve encontrar a sua própria solução para a crise: “Queremos que sejam os próprios bielorrussos, sem estímulos ou pressões do exterior, a resolverem a situação de uma forma calma, através do diálogo, para encontrarem uma solução comum”, escreve a Reuters.
O regime de Lukashenko anunciou esta segunda-feira a detenção de 774 pessoas, 500 delas na capital, com os ativistas a publicarem vídeos onde se comprova a violência generalizada, nomeadamente contra mulheres, e o recurso a polícia não identificada a forçar ativistas para dentro de veículos.
Vladimir Putin poderá utilizar o momento particularmente frágil de Lukashenko para impor o tratado da União-Estado, assinado entre os dois países em 1990, que efetivamente engoliria a Bielorússia numa união económica com a Rússia e que Minsk tem recusado em implementar.