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Presos políticos iniciam greve de fome em Angola

Ativistas que fazem campanha pela Liberdade aos Presos Políticos em Angola denunciam que as consequências desta greve de fome poderão ser trágicas. “Silenciar é compactuar com a injustiça.”
Cartaz pede a Liberdade para os presos políticos já!
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“À meia noite do dia 21 de setembro”, informa o comunicado do grupo Liberdade aos Presos Políticos em Angola, “Domingos da Cruz, Inocêncio de Brito, Luaty Beirão e Sedrick de Carvalho tomaram a decisão extrema de iniciar uma greve de fome”.

O protesto segundo a vontade dos protagonistas, “só terminará quando forem soltos, sendo que o estado de saúde dos ativistas é bastante preocupante”. A situação é de angústia para os familiares e amigos dos jovens e para todas as pessoas comprometidas com a democracia e a liberdade. “Dado o delicado estado de saúde de alguns deles, devido a um tratamento médico deficiente e a várias carências alimentares, uma greve de fome pode vir a representar uma ameaça às suas vidas”.

Caso as autoridades não reajam atempadamente, as consequências desta greve de fome poderão ser trágicas. Silenciar é compactuar com a injustiça.

Acusação grave

Em junho, foram presos em Luanda 15 ativistas cívicos que estavam reunidos numa residência particular para ler e discutir um livro sobre técnicas de ação não violenta visando a substituição de regimes ditatoriais.

Alguns destes ativistas tornaram-se conhecidos nos últimos anos ao participarem em diversas manifestações, a favor da democratização e pacificação de Angola, e de um desenvolvimento social mais justo. Tais manifestações foram sempre duramente reprimidas pela polícia.

O governo angolano acusou os jovens de atentar contra a ordem pública e segurança de estado. Num discurso público, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos veio caucionar a acusação, associando-a ao que se passara com os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977.

Pessoas detidas por tentativa de golpe de Estado são, naturalmente, presos políticos.

“A situação é urgente. Nenhuma pessoa pode sentir-se livre sabendo que há, algures, outras pessoas presas por sonharem com um mundo mais justo. Nós partilhamos desse mesmo sonho que levou os jovens à cadeia, o mesmo sonho que agora pode custar-lhes a vida”, conclui o comunicado.

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