Presidente da Macedónia bloqueia reconhecimento do nome Macedónia do Norte

15 de junho 2018 - 10:00

Gjorge Ivanov, presidente da Macedónia, recusa acordo entre o seu país e a Grécia no qual se reconhece Macedónia do Norte como sendo o nome do país. Também na Grécia surgem movimentos de oposição ao acordo.

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Presidente da Macedónia bloqueia reconhecimento do nome Macedónia do Norte
Foto de Kremlin.ru

Horas após o acordo histórico entre Alexis Tsipras e Zoran Zaev que definia que a Antiga República Jugoslava da Macedónia passaria a chamar-se Macedónia do Norte, o presidente do país, Gjorge Ivanov, veio a público dizer que rejeita esta mudança de nome.

“A minha decisão é final e não irei ceder a pressões, chantagens ou ameaças”, afirmou Ivanov numa conferência de imprensa. A posição do presidente conta com o apoio dos nacionalistas do país.

Gjorge Ivanov considera que este acordo contém demasiadas concessões à Grécia, isto apesar de o principal objetivo do mesmo ser a futura adesão do país à Nato e União Europeia.

Com o fim da Jugoslávia em 1991, o nome da nova república tem sido o centro da disputa diplomática, com a Grécia a rejeitar que o vizinho do norte use o mesmo nome de uma das regiões gregas, Macedónia, e a vetar a sua adesão à UE e à NATO.

Com esta mudança de nome, a Grécia comprometeu-se a deixar de vetar a sua entrada nas organizações internacionais, como são exemplo a NATO e a União Europeia. Ambas as partes comprometem-se a reconhecer as fronteiras atuais e a não reclamarem ou apoiarem quem reclame territórios da outra parte ou queira interferir nos seus assuntos internos.

Esta posição do presidente da Macedónia surge apesar do grande entusiasmo de Bruxelas, Londres e Washington. "Espero que os dois países aproveitem esta oportunidade para resolver esse problema de longo prazo", disse Jens Stoltenberg, secretário geral da NATO à Skai TV. “Este é realmente um acordo histórico de [políticos] que demonstraram coragem e grande liderança política”.

Alguns comentadores têm apontado a possibilidade de a posição de Ivanov se dever às eleições presidenciais previstas para abril de 2019. "Ele não pode parar o acordo, mas isso não quer dizer que ele não vai tentar de forma alguma", afirmou James Ker-Lindsay, professor visitante da London School of Economics. “Em última análise, isso vai a referendo - e serão as pessoas a decidir”.

“A disputa causou muitos danos aos dois países. O que temos agora é uma solução justa e razoável”, concluiu.

Entretanto, também do lado grego surge oposição a este acordo histórico entre os dois países. O Parlamento está neste momento a discutir a moção de censura apresentada pela Nova Democracia ao governo de Tsipras para tentar bloquear esta decisão do lado helénico.