Campo Maior

Presidente da Câmara obriga trabalhadores das escolas a trabalhar nas piscinas

25 de junho 2024 - 16:45

Os trabalhadores decidiram fazer greve ao trabalho suplementar como resposta. O sindicato diz que é inaceitável e sublinha que “a Câmara recebe do Estado para ter os trabalhadores a exercer as funções nas escolas”.

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Piscinas de Campo Maior.
Piscinas de Campo Maior.

Luís Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, no distrito de Portalegre, decidiu obrigar os trabalhadores não docentes das escolas do seu concelho a trabalhar nas piscinas municipais.

De acordo com o Jornal de Notícias, estes reagiram marcando greve a todo o trabalho suplementar, incluindo dias de descanso, folgas e feriados. Nenhum deles prestou declarações ao órgão de comunicação social, por “receio de represálias”, mas o coordenador distrital de Portalegre do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, Daniel Reguengo, explicou a situação: “aquando da descentralização de competências para o Município, saiu um despacho a dizer que os trabalhadores das escolas deveriam continuar a exercer funções nas escolas. Acontece que o presidente da Câmara Municipal entendeu que os trabalhadores como estão afetos ao Município deveriam trabalhar para o mesmo e tirou-os das escolas, onde já há falta de funcionários, colocando-os nas piscinas”.

O dirigente sindical esclarece que estes trabalhadores só podem tirar férias no período de pausa letiva mas “a autarquia resolveu tirar os trabalhadores que estavam de férias e escaloná-los para trabalhar nas piscinas. Noutros casos, tirou funcionários que estavam a trabalhar nas escolas devido à época de exames e colocou-os a trabalhar nas piscinas”.

O sindicalista critica que se coloquem “os trabalhadores 12 dias seguidos a trabalhar, sem descanso, porque trabalham 35 horas nas escolas e, depois, coloca-os a trabalhar no sábado e no domingo nas piscinas”.

O sindicalista considera a situação “inaceitável”, sublinhando que “muitos deles trabalham há mais de 20 anos nas escolas. Nunca fizeram outro tipo de trabalho e, agora, resolvem colocá-los numa piscina, funções que nunca exerceram”. Para além disso, “a Câmara recebe do Estado para ter os trabalhadores a exercer as funções nas escolas mas retira-os para colocá-los nas piscinas. Durante a semana, nada podemos fazer, mas, ao fim-de-semana, os trabalhadores podem fazer greve ao trabalho suplementar, visto que já fizeram as 35 horas semanais a que estão obrigados”.