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Portugal é o terceiro país da UE com mais trabalhadores a prazo

Segundo o Eurostat, um quinto dos trabalhadores portugueses tem um contrato a prazo. Na UE, apenas Espanha e Polónia têm um maior peso de contratos com termo.
Fotografia de Paulete Matos
Fotografia de Paulete Matos

Assim, Portugal está no top 3 dos países da União Europeia com uma fatia percentual maior de trabalhadores a prazo, sendo apenas superado por Espanha e Polónia. Um em cada quatro trabalhadores em Espanha tem contrato com termo (26,4%). Na Polónia, mais do que um em cada cinco (22,2%) encontra-se na mesma situação.

Na Roménia e na Lituânia, a percentagem está nos 1,5%. Letónia, Estónia e Bulgária também apresentam valores abaixo de 5%.

Na União Europeia, no segundo trimestre de 2019, cerca de 26 milhões de trabalhadores entre os 15 e os 64 anos teve um contrato temporário. Este número representa 13,6% do total de trabalhadores. Verifica-se ainda uma diferença de género, já que os contratos a prazo são mais comuns entre as mulheres do que entre os homens, havendo uma diferença de 1% (14,2% e 13,2%, respetivamente).

No segundo trimestre deste ano, 42,8% dos trabalhadores entre os 15 e os 24 anos da União Europeia tinham contratos a prazo. Entre os 25 e os 54 anos, 6,5% dos trabalhadores estavam na mesma situação.

Num artigo escrito para a revista Esquerda, que pode ser lido aqui, José Soeiro, deputado do Bloco e sociólogo, lembrou que "dos novos contratos registados no Fundo de Garantia do Trabalho, quase metade são contratos a prazo". Ou seja, "a tendência não é para que estes percam peso no conjunto do emprego". "Para termos um retrato mais completo da precariedade", afirma o deputado, "seria preciso somar aos contratos a prazo os trabalhadores a falso recibo verde (uma grande parte dos mais de 500 mil trabalhadores registados como “independentes”), os que estão no trabalho temporário (cerca de 70 mil trabalhadores) e os trabalhadores sem qualquer tipo de contrato ou com os chamados “contratos de muita curta duração”." "O Portugal de 2019 continua a ser um país precário", considerou José Soeiro.

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