Mariana Mortágua esteve na tarde desta quarta-feira em Morgade, Montalegre, para se encontrar com a associação Montalegre Com Vida e com as populações que têm lutado contra o projeto de um mina de lítio. Neste contexto, em vez de se embrenhar nos “casos e casinhos” da política nacional insistiu que quer fazer campanha para falar “sobre as coisas que preocupam as pessoas” como “a destruição do ambiente ou o problema da habitação”.
E em Montalegre, a “questão mais importante” para a vida das pessoas, considera, “são as minas de lítio que vão ameaçar o seu ganha-pão, a água de milhões de pessoas, a sua saúde, sem nenhum ganho, sem nenhum benefício”.
Aí, as pessoas falam “sobre os pareceres ambientais que não cumpriram as regras, as populações não terem sido ouvidas, os riscos que estas minas trazem para esta zona”.
A coordenadora bloquista acha portanto que o país “tem de compreender que se quer proteger o interior tem mesmo que proteger os seus recursos naturais”. Porque “daqui nasce a água que muita gente bebe, vem a agricultura, a carne, produtos que valorizam o território”. Pelo contrário, as minas de lítio “não deixam ficar nenhuma riqueza neste território”, não criam postos de trabalho e “o investimento que é feito, é feito para esburacar e para dar cabo do ganha-pão das pessoas e das atividades económicas locais”. Isto enquanto “os lucros a retirar, se houver para retirar, são retirados pelas empresas que ganharam a concessão e que não deixam aqui ficar nada”.
Sobre a luta do povo de Montalegre, e de outros locais onde se luta contra as minas, considera que a população “tem dado lições de resistência ao país”. E “tem protegido este território como o Governo não foi capaz de fazer”, “como os maiores partidos deviam ter protegido e não protegeram”.
Mariana Mortágua acredita assim que “possível travar estes processos e estas populações têm mostrado isso”. Já que “se nós não temos estas montanhas esburacadas atrás de nós, é porque a população tem resistido e nós fazemos o que temos a fazer. O nosso dever é apoiá-las nesta luta, que é uma luta em nome do país”.
