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Poluição causa três vezes mais mortes do que SIDA, tuberculose e malária juntas

Segundo um relatório da Agência Europeia do Ambiente, a poluição causa 400 mil mortes prematuras por ano na União Europeia. A Europa do Sul é das zonas onde a mortalidade mais poderá aumentar.
Foto de Paweł Czerwiński/Flickr.

De cinco em cinco anos, a Agência Europeia do Ambiente faz um relatório sobre o estado do ambiente na Europa. O relatório “O ambiente na Europa: estado e perspetivas 2020”, divulgado esta quarta-feira, pretende ser “a avaliação ambiental mais exaustiva alguma vez realizada na Europa” e apresenta números preocupantes sobre a poluição.

Segundo este estudo, a poluição mata 400 mil pessoas por ano no espaço europeu, sendo uma causa de morte três vezes superior à “SIDA, tuberculose e malária em conjunto”. Apesar das emissões de gases com efeito de estufa até terem diminuído, nota-se, cerca de 20% da população urbana da União Europeia “vive em zonas com concentrações de poluentes atmosféricos superiores a pelo menos um dos padrões de qualidade do ar”. Para além disso, o consumo de energia aumentou desde 2014, o que faz com que os objetivos de eficiência energética dificilmente possam ser cumpridos, assim como aumentaram as emissões nocivas provenientes dos transportes e da agricultura.

Se os países da Europa Central e Oriental são mais afetados pela poluição agora, no futuro a Europa do Sul poderá ser uma das regiões onde a mortalidade mais aumenta. Há impactes gravosos “na foram de ondas de calor, incêndios florestais, inundações e de alterações nos padrões de prevalência das doenças infecciosas”.

Comparativamente com outras regiões, a Europa “continua a consumir mais recursos e a contribuir mais para a degradação ambiental” e “para atingir estes níveis elevados de consumo depende de recursos extraídos ou utilizados noutras partes do mundo”.

O relatório identifica “problemas persistentes em domínios como a perda da biodiversidade, a utilização de recursos, o impacte das alterações climáticas e os riscos ambientais que afetam a saúde e o bem-estar”. E considera que os “desafios ambientais” com que o continente se depara são “de uma escala e urgência sem precedentes”.

O diretor executivo da AEA, Hans Bruyninckx, pensa que “a Europa não está a fazer progressos suficientes e as perspetivas para o ambiente na próxima década não são positivas”. Será necessário, assim, alterar processos de produção, padrões de consumo e modos de vida. Sem medidas urgentes, a Europa, depois de ter falhado a maior parte das metas para 2020, não atingirá sequer os seus objetivos para 2030.

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