Na sequência da operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) acusou os membros do governo de “instrumentalizar” os polícias.
Paulo Santos, dirigente da ASPP afirmou que o primeiro-ministro “não deve vir substituir-se àquilo que é o papel da polícia, em referência à comunicação de Luís Montenegro sobre a operação policial na rua do Benformoso. Em entrevista à SIC, o dirigente da ASPP defendeu que os comentários dos membros do governo não vão “ao encontro daquilo que devia ser a independência” da polícia.
A ASPP emitiu um comunicado onde exige moderação aos comentadores, políticos e governo sobre a forma como a polícia opera. O inspetor-geral da Administração Interna abriu um processo administrativo de natureza não disciplinar.
O Bloco de Esquerda já tinha acusado o Governo de usar as forças de segurança para uma “campanha de perseguição aos imigrantes”. Na altura, o líder da bancada parlamentar, Fabian Figueiredo, considerou “inaceitável” a situação e salientou o facto de se tratar de uma “campanha eleitoral para disputar apoio à extrema-direita usando para isso os meios e os recursos das forças de segurança”.
A situação tem suscitado debate público e está marcada uma manifestação contra o racismo e a discriminação para dia 11 de janeiro, às 15h, a partir da Alameda e em direção ao Martim Moniz. No dia 21 de dezembro, centenas de pessoas encheram a Rua do Benformoso, de cravo ao peito, para mostrar a sua solidariedade com a comunidade imigrante em Portugal.