Sociedade

Polícias sentem que “estão a ser instrumentalizados”

26 de dezembro 2024 - 20:49

Representante da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia fala em "instrumentalização" e acusa primeiro-ministro de "substituir-se" ao papel da polícia.

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Polícia
Fotografia de Pedro Valongo via Facebook da PSP

Na sequência da operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) acusou os membros do governo de “instrumentalizar” os polícias.

Paulo Santos, dirigente da ASPP afirmou que o primeiro-ministro “não deve vir substituir-se àquilo que é o papel da polícia, em referência à comunicação de Luís Montenegro sobre a operação policial na rua do Benformoso. Em entrevista à SIC, o dirigente da ASPP defendeu que os comentários dos membros do governo não vão “ao encontro daquilo que devia ser a independência” da polícia.

A ASPP emitiu um comunicado onde exige moderação aos comentadores, políticos e governo sobre a forma como a polícia opera. O inspetor-geral da Administração Interna abriu um processo administrativo de natureza não disciplinar.

O Bloco de Esquerda já tinha acusado o Governo de usar as forças de segurança para uma “campanha de perseguição aos imigrantes”. Na altura, o líder da bancada parlamentar, Fabian Figueiredo, considerou “inaceitável” a situação e salientou o facto de se tratar de uma “campanha eleitoral para disputar apoio à extrema-direita usando para isso os meios e os recursos das forças de segurança”.

A situação tem suscitado debate público e está marcada uma manifestação contra o racismo e a discriminação para dia 11 de janeiro, às 15h, a partir da Alameda e em direção ao Martim Moniz. No dia 21 de dezembro, centenas de pessoas encheram a Rua do Benformoso, de cravo ao peito, para mostrar a sua solidariedade com a comunidade imigrante em Portugal.