“Não nos encostem à parede”: convocada manifestação contra o racismo

24 de dezembro 2024 - 17:37

Organizadores da manifestação de 11 de janeiro criticam posições securitárias e discriminatórias do governo de Luís Montenegro, que usou a operação policial na rua do Benformoso para reforçar a narrativa falsa que liga a imigração à criminalidade.

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Polícia encosta imigrantes à parede na rua do Benformoso
Polícia encosta imigrantes à parede na rua do Benformoso

Foi convocada uma manifestação para dia 11 de janeiro, às 15 horas, em Lisboa, como resposta à operação policial conduzida na rua do Benformoso. Manifestação com o nome “não nos encostem à parede” terá ponto de encontro na Alameda e desfilará até ao Martim Moniz.

Anunciada nas redes sociais, a manifestação afirmar-se-á “contra o racismo e a xenofobia, para exigir dignidade, direitos sociais e liberdade para quem vive e trabalha em Portugal”. Os organizadores prometem que no Martim Moniz farão “a festa pela diversidade, mostrando que todas as culturas fazem parte da nossa sociedade comum”.

“O que aconteceu na rua do Benformoso a centenas de imigrantes, com pessoas encostadas à parede pela polícia, tornou óbvia a necessidade de não deixarmos que isto volte a acontecer”, lê-se na convocatória. “Sabemos que o que ali se tornou visível não foi um ato isolado, é algo que acontece regularmente em outras periferias de Lisboa e do país”.

Está em causa a confusão entre “segurança” e a “instrumentalização da polícia”, bem como a “repressão discriminatória contra populações trabalhadoras”, e os organizadores defendem que “todas as pessoas que vivem e trabalham em Portugal têm de ser tratadas com dignidade, como consagram as leis da democracia”.

A operação policial na rua do Benformoso gerou contestação pública por ter sido usada como forma de reforçar a narrativa securitária do governo de Luís Montenegro e discriminar os trabalhadores imigrantes que habitam e trabalham naquela rua.

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