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Polícia Nacional espanhola deteve dezassete independentistas catalães
Esta quarta-feira foram detidas 17 pessoas, entre as quais os autarcas da CUP Ignasi Sabater, de Verges, e Dani Cornellà, de Celrà, membros de coletivos como La Forja, do sindicato de estudantes SEPC e dos Comitès de Defensa de la República (CDR). De acordo com a Europa Press, um dos detidos é o sobrinho do presidente da Generalitat, Quim Torra. O fotojornalista Carles Palacio, que fez a cobertura da comemoração do primeiro aniversário do referendo à independência da Catalunha, a 1 de outubro de 2018, durante a qual foi ocupada a estação da AVE, também foi alvo das detenções. A maioria dos 17 detidos foram entretanto libertados.
Segundo explicou o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, as detenções foram levadas a cabo por iniciativa da polícia e sem mandato judicial.
Benet Salellas, advogado da CUP, frisou que não é "normal" deter pessoas no domicílio por suspeita de delitos como o de desordem pública.
Várias pessoas concentraram-se em frente da sede da Polícia Nacional em Girona para protestar contra as detenções. Foram ainda marcadas concentrações em trinta e quatro municípios catalães.
ALCEM-NOS | Milers de persones han participat de les desenes de concentracions arreu del territori en solidaritat amb les detingudes #AlcemNos pic.twitter.com/wHGfAooyTw
— CUP Països Catalans (@cupnacional) 16 de janeiro de 2019
Os partidos independentistas CUP, Junts per Catalunya (JxCat) e Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) optaram por abandonar a reunião da comissão de Assuntos Exteriores e Território em sinal de repúdio face à ação da Polícia Nacional, que consideram ser “injustificada”.
O presidente do Governo, Quim Torra, manifestou o seu "apoio" aos detidos: "Basta de criminalização. Liberdade", escreveu no Twitter.
Tot el meu suport als alcaldes de Celrà i Verges, @danicornella i @ignasisabater, i a la resta de detinguts per la policia espanyola. Prou repressió. Prou criminalització. Llibertat. https://t.co/yypOgy4Eko
— Quim Torra i Pla (@QuimTorraiPla) 16 de janeiro de 2019
A autarca de Barcelona, Ada Colau, defendeu que "não é normal e não se pode normalizar a detenção de autarcas sem ordem judicial".
En democracia NO és normal ni s’ha de normalitzar que es detinguin alcaldes sense ni tan sols citació judicial. El meu suport i solidaritat amb els alcaldes de Celrà i Verges https://t.co/e2sC0w8Yr9
— Ada Colau (@AdaColau) 16 de janeiro de 2019
Na Câmara Municipal de Barcelona, os grupos municipais independentistas abandonaram a comissão da Presidência, e o Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT - partido de Puigdemont) solicitou que o Governo convoque os partidos para fixar uma resposta conjunta às detenções.
CUP denuncia arbitrariedade e perseguição política
A CUP destaca que “esta ação enquadra-se na atitude liberticida e repressiva do Estado espanhol que pôs todos os instrumentos ao seu alcance para criminalizar e castigar o projeto independentista”.
“Sem garantias processuais nem democráticas, qualquer processo judicial contra o movimento em defesa do direito à autodeterminação tem de ser impugnado e denunciado. Esta vai ser uma das prioridades políticas da CUP e da esquerda independentista”, escreve, acusando o Estado de “autoritarismo e demofobia”.
A CUP considera que as detenções desta quarta-feira “são muito graves, não constituem um ato isolado e são uma nova operação inserida na ofensiva contra os direitos civis, políticos e sociais e contra a defesa e exercício do direito à autodeterminação”.
Perante as detenções, a CUP faz um apelo “a todas as forças políticas e sindicais, a todas as entidades e ao tecido associativo do país, a tomar partido, a posicionarem-se em estado de alerta face à grave situação de ataque aos direitos civis, políticos e sociais”.
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