Os manifestantes que saíram à rua em Angola na manhã desta terça-feira queixam-se do uso de balas reais e de gás lacrimogéneo e de “brutalidade inqualificável” contra ativistas que não opunham resistência.
Vários ativistas políticos tinham-se concentrado na zona do Zamba II, município da Maianga, nas imediações da Assembleia Nacional para onde pretendiam dirigir o protesto na ocasião do discurso do Estado da Nação pelo presidente do país, João Lourenço.
Segundo a Lusa, alguns dos manifestantes usavam t-shirts onde estava escrito “movimento revolucionário”, “PR João Lourenço mentiu ao povo”, “a revolta está preparada”, “nos veremos em 2022”. O mote do protesto era sobretudo o combate ao desemprego.
A polícia justifica a intervenção em comunicado alegando que as manifestações devem ser comunicadas previamente às autoridades, que tem de ser cumprida uma distância dos órgãos de soberania e que cortejos e desfiles só podem realizar-se após as 19:00 nos dias úteis.
O site informativo Central Angola divulgou uma lista de detidos e imagens da ação policial recolhidas nas redes sociais. Uma destas mensagens denunciava que a ativista Laurinda Kimpa Vita Gouveia, que está grávida, “foi fortemente espancada” que os jornalistas no local “também foram intimidados”.