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Polícia volta a reprimir manifestação em Luanda

A concentração contra as injustiças sociais em Angola, convocada pelos jovens do Movimento Revolucionário para esta quinta-feira, foi impedida de se realizar pela polícia. Treze manifestantes foram detidos, entre os quais um dirigente do Bloco Democrático.
Cartaz da manifestação convocada para esta quinta-feira.

A convocatória dos jovens contra as injustiças sociais e os abusos de poder do governo angolano estava marcada para as 15 horas no Largo da Independência, em Luanda. Mas como em manifestações anteriores convocadas pelo mesmo grupo, a polícia lançou um forte dispositivo para impedir que ela tivesse início. Segundo o portal Maka Angola, cerca de dois mil agentes abortaram a iniciativa, impedindo o acesso das pessoas ao centro da praça e prenderam treze dos organizadores ainda antes da hora marcada para o início do protesto.

Entre os detidos, na grande maioria ativistas do Movimento Revolucionário, encontra-se também Manuel Vitória Pereira, Secretário Nacional do Bloco Democrático e vice-presidente do Sindicato dos Professores. O partido emitiu um comunicado em que "repudia veementemente esta ignóbil prisão, que só confirma o carácter ditatorial do actual Executivo". O Bloco Democrático "exige a libertação imediata e incondicional do seu membro e promete mobilizar todos os meios ao seu alcance para trazer à liberdade esta grande referência da luta política, cívica e sindical que é o companheiro Vitória Pereira".

Os jornalistas angolanos e estrangeiros presentes para fazer a cobertura da manifestação também foram expulsos do local pela polícia, sob ameaça de detenção caso não abandonassem o Largo. Segundo o correspondente da Reuters, a polícia veio armada de metralhadoras e acompanhada de cães para intimidar quem se quisesse juntar ao protesto.

Apesar de ter sido comunicado o pedido oficial para a realização da manifestação, os ativistas não obtiveram resposta. Em cima da hora, a polícia proibiu a manifestação, sob pretexto de estar a circular um panfleto a apelar a um protesto armado, que os ativistas consideram ser uma montagem por parte do governo de Luanda para denegrir a manifestação pacífica. “Esses bandidos que fizeram esse panfleto falso, para manchar o pacifismo do Movimento Revolucionário, colocaram o meu número de telefone e de outros activistas para nos acusarem. Isso é obra do próprio governo”, denunciou Alex Chabalala ao Maka Angola.

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