A principal fábrica da Bosch em Portugal, a de Braga, tem vindo a reduzir o número de trabalhadores nos últimos meses. No final de 2024 foram despedidas mais de 300 pessoas e já este ano mais 297. Entretanto, os cerca de 3.300 trabalhadores enfrentam um lay-off que começará na próxima semana e se estenderá por tempo indeterminado.
A notícia é dada esta terça-feira pelo Jornal de Negócios que atribui a decisão à falta de chips. Esclarece-se que o lay-off fará com que os trabalhadores da área da produção sejam impedidos de trabalhar de todo, enquanto os de apoio à produção irão à empresa um dia por semana.
O jornal online Eco liga esta falta de chips à intervenção do governo neerlandês, no passado dia 30 de setembro, na Nexperia, sob o pretexto de preocupações com a propriedade intelectual e correspondendo a pressões dos EUA, que êm aumentando as restrições ao fabricante chinês. Como resposta, o governo chinês proibiu as exportações de produtos acabados da empresa que são utilizados nos automóveis por marcas como a Volkswagen e a BMW e a indústria automóvel europeia começa a sentir os efeitos desta retaliação.
Àquele órgão de comunicação social, a Bosch assegura estar em contacto “próximo” com a Nexperia e esperar “uma resolução rápida entre as partes envolvidas que contribua para aliviar a atual situação de estrangulamento”.
No total, o grupo Bosch contava no final de 2024 com 6.880 trabalhadores em Portugal. Para além da fábrica de Braga, tem ainda outra em Aveiro, tendo vendido em dezembro ainda uma outra em Ovar. Para além disso tem um centro de serviços em Lisboa. A empresa é a quinta maior exportadora do país.
