Esta terça-feira, um grupo de cidadãos entregou na Assembleia da República uma petição com quase 5.200 assinaturas a solicitar que a obra de José Mário Branco seja classificada como de interesse nacional. A petição é entregue no quinto aniversário da morte do cantautor da revolução de Abril no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de abril.
À Lusa, o músico e produtor musical Vítor Sarmento, que é um dos promotores da petição, justificou a iniciativa dizendo que José Mário Branco “tem uma obra inexcedível para além da musical” e que “é essencial” que esta seja classificada de interesse nacional “à semelhança do que já aconteceu com a obra de José Afonso”.
A petição foi entregue pelas 11h30 à vice-presidente do parlamento Teresa Morais, e uma cópia foi enviada ao Ministério da Cultura, para conhecimento da ministra. A petição foi lançada há um ano e partiu de 39 pessoas ligadas à música portuguesa, segundo avança também a Lusa.
Entre esses peticionários estão alguns contemporâneos de José Mário Branco, como Francisco Fanhais e Manuel Freire, mas também investigadores como João Carlos Calixto, João Afonso, José Barros e o editor Alain Vachier, que trabalhou com José Mário Branco.
Vítor Sarmento salientou que as canções do cantautor “foram e ainda são hinos que fizeram a banda sonora do caminho coletivo até ao 25 de abril de 1974, e também depois disso”.
Desde 2021 que todo o espólio do músico está cedido à Faculdades de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para organização e catalogação de centenas de documentos, gravações, fotografias, discos e outros objetos. Uma grande parte desses espólio pode ser encontrado online.