A carta, datada de 26 de junho, e dirigida ao CEO da empresa, Amin Nasser, não detalha os efeitos sobre os direitos humanos, mas afirma que as atividades da Saudi Aramco têm impactos negativos no usufruto do direito a um ambiente saudável que os países da ONU reconheceram.
A missiva, citada pela Reuters, também levanta preocupações de que as ações da Saudi Aramco possam contribuir para minar o Acordo de Paris de 2015 e a cooperação internacional “face à ameaça existencial aos direitos humanos representada pelas alterações climáticas”.
Os peritos da ONU não esclarecem por que razão escolheram a Saudi Aramco, em vez de outras grandes empresas petrolíferas. No entanto, os especialistas afirmam que as empresas estatais deviam ter uma “responsabilidade acrescida” no sentido de agir em conformidade com os padrões internacionais.
Não sendo vinculativas, estas chamadas de atenção são uma ferramenta política importante para aumentar a sensibilização sobre os problemas dos direitos humanos. A carta foi também enviada ao governo da Arábia Saudita e a uma lista de empresas e bancos envolvidos no financiamento das operações da Saudi Aramco.
Em 2022, gigante petrolífera, detida na quase totalidade pelo reino saudita, registou 151 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 46,5% face ao ano anterior e o valor mais elevado de sempre de lucros nesta indústria. O montante amealhado equivale ao triplo obtido pela Exxon e ao quádruplo arrecadado pela Shell, BP e Chevron, que também bateram os seus próprios recordes em 2022.
Segundo o Guardian, a Saudi Aramco promete continuar a investir para aumentar o potencial máximo de produção para os 13 milhões de barris diários até 2027.