Está aqui

Patxi Andión (1947-2019)

Esta quarta-feira, o cantautor Patxi Andión morreu na sequência de um acidente de viação, em Cubo de la Solana, Espanha.

De acordo com o El País, o acidente ocorreu às 7h55, hora de Portugal Continental. Patxi Andión tinha 72 anos.

Patxi Andión esteve em Portugal em setembro, para uma série de concertos comemorativos de 50 anos de carreira. A sua ligação ao país é forte, tendo começado no tempo da ditadura. Chegou a ser expulso do país pela PIDE.

Em Espanha, durante o franquismo, a sua obra sofreu censura. Tornou-se cantautor nos anos 70, colaborando com várias organizações antifranquistas, e acabou por ser exilado em França, num contexto que o ligou à música de intervenção produzida em Portugal na mesma época.

A sua relação com Portugal remonta a 1969, através do programa “Zip Zip” e da amizade que estabeleceu com Ary dos Santos, que traduziu algumas das suas canções e as entregou à voz de Tonicha. Conheceu Zeca Afonso nos estúdios da “Zip Zip” e, nesse mesmo dia, foi expulso do país. Em março de 1974, atuou pela primeira vez em Portugal, sob vigilância da PIDE.

Ao longo da sua carreira, interpretou canções de Zeca Afonso. No recente álbum “La Hora del Lobicán”, incluiu uma interpretação de 'Vaga no Azul Amplo, Solta', composta sobre um poema de Fernando Pessoa. “Nada como Pessoa para aprofundar o que é o mais elementar”, afirmara em entrevista ao El País em novembro passado.

Na mesma entrevista, Andión defendeu que “a música de protesto representa uma era e hoje a sociedade civil exige outras coisas, presa à usabilidade e obsessão para se divertir”.

Termos relacionados Internacional
(...)