Com 335 votos a favor, 296 contra e 60 abstenções, o Parlamento Europeu rejeitou na passada quarta-feira a possibilidade da Política Agrícola Comum financiar “cabeças de gado cujo destino final seja a venda para atividades relacionadas com a tauromaquia”.
A PAC tem sido uma das vias indiretas de financiamento da tauromaquia. As ajudas europeias à atividade agrícola foram dadas no passado sem distinguir a finalidade da terra agrícola, contando a superfície ou a manutenção do território em boas condições agrícolas e ambientais. Daí que, apesar da União Europeia não apoiar diretamente esta atividade económica, os dinheiros europeus acabem por ir parar aos bolsos dos empresários tauromáquicos.
A decisão do Parlamento Europeu não faz lei. E poderá acontecer o mesmo que há cinco anos quando uma proposta semelhante também foi votada mas não foi aplicada, devido ao equilíbrio de poderes entre Parlamento, Conselho e Comissão Europeia.
O sentido de voto dos eurodeputados portugueses
Entre os eurodeputados portugueses, Marisa Matias e José Gusmão votaram a favor do fim do financiamento da PAC aos empresários das touradas. Assim como o eurodeputado Francisco Guerreiro, que foi eleito pelo PAN e entretanto saiu desse partido. Os deputados socialistas tiveram igual sentido de voto, com a exceção de Pedro Silva Pereira, que votou contra.
Entre os eurodeputados portugueses que votaram no sentido de aceitar o financiamento dos patrões da tourada com o dinheiro público europeu, estiveram o PSD, o CDS e o PCP, com João Ferreira a ser o único a votar nesse sentido na bancada do GUE/NGL.