Para onde vai a Europa da Inglaterra? Ou a Europa da Rússia? Ou a Europa da União Europeia? Ou de outros estados e nações sem estado, tão inquestionavelmente europeus?
Há um traço comum a todas elas: a espiral da militarização.
35 anos depois, os mísseis nucleares de longo alcance dos EUA voltam a solo alemão. E isso vale por um manifesto político equivalente a qualquer tratado da União.
Von der Leyen pede uma defesa aérea comum da UE e inscreve essa realização como o novo impulso da comunidade política europeia desde a fundação do euro. E, no entanto, logrou obter o apoio do Partido Popular Europeu (de PSD e CDS). dos Democratas e Socialistas (PS), dos Renovadores (IL) e dos Verdes (Livre e PAN). Será que vale tudo contra a extrema direita? Ainda por cima, é a reedição da mesma e exata fórmula, já anteriormente falhada.
Há a Europa da extrema-direita, dos centros cada vez mais rarefeitos, das esquerdas e em todas as áreas há conflitos abertos ou latentes. Contudo, a direita encontra pontos em comum com radicalizações diferenciadas: anti-imigração como ponta de lança da onda reacionária que se propõe a dupla negação do chamado "modelo social europeu", ou do que resta dele, e do pacto verde ecológico, desvalorizando a descarbonização do ambiente.
Qual Némesis de Bruxelas, a política austeritária não vai deixar de punir os povos com as suas orientações orçamentais, restringindo o investimento, exceto a despesa militar.
Estas e outras questões informam as facetas da Europa que decide o nosso quotidiano. Que estratégia deve ter a esquerda socialista e ecologista é a pergunta para a qual se pedem palavras lúcidas e não desistentes dos participantes.