Luís Fazenda

Dirigente do Bloco de Esquerda, professor.

A história de Soares não é um hino à coerência, mas talvez seja um desafio a que a esquerda de hoje, ao convocar de novo a ideia socialista, seja firme e não dogmática.

O 25 de Novembro foi um golpe intramilitar de direita. Não teve consequências imediatas na estrutura do poder político nem impediu a posterior aprovação da Constituição que, apesar de revista sete vezes, continua a ser o foco dos ataques de toda a direita.

O novo partido trará capacidade de pensar a Europa e difundir ideário de esquerda, com pluralismo e autonomia de cada partido, possibilidade de gizar uma estratégia europeia pela Paz, direitos sociais, climáticos, humanos. Quer dialogar com movimentos sociais progressistas e responder à ameaça neofascista por uma revolução cidadã.

Será que, apesar da timidez ideológica em reconhecer que a extrema direita já engoliu meia América e pode voltar à Casa Branca, poder-se-á entender que o programa dos democratas é radical?

O Fórum Socialismo 2024 realiza-se em Braga de 30 de agosto a 1 de setembro. Neste painel apresentado por Luís Fazenda, vai discutir-se que estratégia deve ter a esquerda socialista e ecologista face a um contexto marcado pela espiral da militarização.
 

Entre o tratado orçamental e a militarização, o que vai sobrar para o clima? Essa é a grande pergunta do nosso tempo para evitar o desastre e as respostas que se anunciam são irracionais para a maioria social.

A luta pela paz na Ucrânia, bem como na Palestina ou noutras regiões do Médio Oriente, é um auxiliar de grande alcance para combater e travar a extrema-direita. É a procura de neutralizar um dos geradores da corrente neofascista.

O dogma do SMO, sempre para todas as épocas, ruiu porque as camadas jovens o derrotaram por inútil.

O Bloco de Esquerda dará corpo a uma oposição popular ao governo da AD, contrariando as suas políticas privatizadoras e securitárias, e a previsível osmose entre PSD e CH que se irá disputar na estabilização do governo.

Foi por conveniência partidária que o PS nunca criticou Sócrates ou para não perturbar a continuidade do grupo político-social que se movimenta entre cargos e empresas?