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Papa Francisco: escolher a economia em vez das pessoas leva ao “genocídio viral”

Numa carta divulgada este fim de semana, o líder da Igreja Católica avisa ainda para o surgimento na atual crise “dos usurários especuladores, que são a verdadeira peste do futuro social”.
Papa Francisco
Papa Francisco na oração do Angelus este domingo. Imagem Vaticano.

Numa carta dirigida este sábado ao  ao presidente do Comité Panamericano de Juízas e Juízes pelos Direitos Sociais, o papa Francisco saúda os governos que “tomaram medidas exemplares com prioridades bem assinaladas para defender a população”.

“Os governos que enfrentam assim a crise mostram a prioridade de suas decisões: primeiro as pessoas”, prossegue o líder católico, sublinhando a importância desta escolha, em oposição aos que defendem que “defender as pessoas conduz a um descalabro económico”. Para o papa Francisco, “seria triste que se optasse pelo contrário, o que levaria à morte muitíssima gente, algo assim como um genocídio viral”.

Nesta carta, o papa sublinha também a reflexão mantida durante a reunião que teve na sexta-feira com o Dicastério do desenvolvimento humano integral acerca das consequências da atual crise pandémica. “Preparar-nos para o depois é importante. Já se notam algumas consequências que devem ser enfrentadas: fome, sobretudo para as pessoas sem trabalho fixo, violência, o surgimento dos usurários especuladores (que são a verdadeira peste do futuro social, delinquentes desumanizados), etc”.

No final da carta, Francisco deixa uma sugestão de leitura para pensar o futuro da economia: um livro publicado em 2018 pela economista italiana Mariana Mazzucato, professora na professora da University College London, intitulado “O valor de tudo. Quem produz e quem subtrai na economia global”.

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