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Países da OPEP+ chegam a acordo para travar queda dos preços do petróleo

O acordo entre os países da OPEP+, já considerado histórico, prevê que serão produzidos menos 9,7 milhões de barris de petróleo por dia. No entanto, a base de cálculo para o corte é a da produção em outubro de 2018 e não a atual. Na prática, tendo em conta os níveis de produção de março de 2020, a redução será de cerca de 2.6 milhões de barris por dia, como aponta o geólogo norte-americano Arthur Berman.
The real OPEC++ production cut is only 2.6 mmb/d.
Cuts are based on October 2018 levels and those were 7.1 mmb/d higher than present.
9.7 mmb/d cut only results in a net change of 2.6 mmb/d from March levels.#OOTT #oilandgas #oil #WTI #CrudeOil #fintwit #OPEC pic.twitter.com/BC4UL4HnVN— Art Berman (@aeberman12) April 14, 2020
O acordo põe fim à guerra de preços que tinha sido iniciada entre a Arábia Saudita e a Rússia e que quase provocou o colapso das negociações entre a aliança que foi estabelecida em 2016 em resposta ao “crash” do preço do petróleo.
Em resposta ao actual recuo da procura, e para manter a posição dominante no mercado, a Arábia Saudita decidiu aumentar a produção para níveis recorde, o que acabou por provocar uma quebra ainda mais acentuada do preço.
A procura global recuou cerca de 30% na sequência das medidas de emergência de resposta à pandemia. Alguns analistas entendem que a redução agora acordada não é suficiente, pois prevêem uma quebra da procura na ordem dos 19 milhões de barris por dia durante os meses de Abril e Maio.
A OPEP+ apelou também aos demais produtores mundiais de petróleo que não fazem parte da aliança, como o Brasil, Canadá, Noruega e Estados Unidos da América, para reduzirem também a sua produção de modo a alcançarem todos juntos uma redução global de 20 milhões de barris por dia.
O México, parceiro da OPEP+, recusou quase até ao final o acordo que lhe impunha uma redução de 400 mil barris por dia, aceitando apenas 100 mil. O impasse acabaria por ser ultrapassado pela garantia dos EUA de eventual compensação da diferença.
No caso dos Estados Unidos, as reduções voluntárias já começaram. Várias companhias já estão a eliminar milhares de postos de trabalho, a encerrar os poços mais antigos e a desmantelar os equipamentos de perfuração e extração.
Apesar do acordo, o preço do barril mantinha-se em média, nesta segunda-feira, nos 23 dólares, mas ainda assim acima das piores previsões, anteriores ao acordo, que estimavam que o valor pudesse descer a valores de um único dígito.
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