Está aqui

ONU confirma que jornalista foi assassinada pelas tropas de Israel

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos concluiu a sua investigação sobre a morte de Shireen Abu Akleh, a jornalista da Al-Jazeera baleada em maio na Cisjordânia, contrariando a versão do governo israelita.
Mural em homenagem a Shireen Abu Akleh em Belém, na Cisjordânia. Foto Abed Al Hashlamoun/EPA

"Todas as informações que reunimos - incluindo do exército israelita e do Procurador-Geral palestiniano - corroboram o facto de que os tiros que (a 11 de maio) mataram a Sra. Abu Akleh e feriram o seu colega Ali Sammoudi vieram das forças de segurança israelitas e não de disparos indiscriminados por palestinianos armados, como inicialmente afirmaram as autoridades israelitas", afirmou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em conferência de imprensa, em Genebra.

Os jornalistas estavam junto ao campo de refugiados de Jenin, onde se preparava uma intervenção armada das tropas de Israel, quando foram alvo de tiros, apesar de estarem identificados com a palavra “Press” nos coletes antibalas e capacetes. As investigações do Washington Post e do New York Times aos momentos que antecederam a morte da jornalista americano-palestiniana, recorrendo aos vídeos disponíveis e a técnicas avançadas de tratamento de imagem e som, já tinham concluído que os disparos só podiam ter sido feitos do local onde se encontravam as forças de segurança israelitas.

Segundo a Euronews, desde o início do ano, as tropas e polícia israelitas já mataram 58 palestinianos na Cisjordânia, entre eles 13 crianças. A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, continua a exortar as autoridades israelitas a abrir uma investigação criminal sobre o assassinato da jornalista Abu Akleh e todos os outros assassinatos e ferimentos graves cometidos pelas forças israelitas na Cisjordânia e no contexto das operações de aplicação da lei em Gaza.

Uma semana após o assassinato da jornalista, o Ha’aretz noticiou que a Divisão de Investigação Criminal da Polícia Militar de Israel não iria abrir um processo porque não havia suspeita de atuação criminosa e porque isso levaria a “divisões” no seio da sociedade. Outro jornal, o Jerusalem Post, confirma que há um relatório oficial neste sentido.

Termos relacionados Internacional
Comentários (1)