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“OE continua caminho para parar empobrecimento e recuperar rendimentos”

Catarina Martins afirmou que o Orçamento do Estado não é o que o Bloco faria, mas considerou que há margem para continuar a debater e a negociar.
Foto de Paulete Matos
Foto de Paulete Matos

Em entrevista à TSF esta segunda-feira, a coordenadora bloquista afirmou que este Orçamento do Estado (OE) "parte de premissas em relação às quais o Bloco tem uma discordância de fundo”, tendo acrescentado que estas radicam sobretudo “na forma como olhamos para as contas públicas do país e também determinadas prioridades, como por exemplo a forma como deve ser feita a consolidação orçamental”.

Para Catarina Martins, um Orçamento de esquerda teria de “reestruturar a dívida” e “não excluía ninguém da reposição de rendimentos”.

“Teria de ter uma estratégia mais forte para a criação de emprego", disse a dirigente bloquista, tendo adiantado que “este Orçamento continua um caminho que foi iniciado para parar o empobrecimento e recuperar rendimentos do trabalho. E isso nós assinalamos e é positivo, mas um Orçamento de esquerda teria de responder mais pelo emprego”.

Em relação à questão do emprego, Catarina afirmou que este "é tímido, é muito pouco e os salários são muito curtos em Portugal”.

Defender o emprego e os salários

“Temos uma geração jovem em que 1 em cada 3 está desempregado, e em que dos que estão empregados, 2 em cada 3 são precários", avançou.

Respondendo à pergunta sobre qual o maior problema do OE para 2017, a dirigente bloquista destacou a sobretaxa do IRS, uma matéria em que PS e Bloco “nunca conseguiram chegar a acordo”.

“Em 2016, o que conseguimos foi, face à discordância que tínhamos com o PS, pelo menos proteger quem tinha menos rendimentos e em vez de a sobretaxa ser cortada a meio igual para todos, quem ganhava menos teve a sobretaxa retirada primeiro e 90% das famílias não pagaram”, disse, acrescentando que “em 2017, o governo considerou que não tinha condições para acabar com a sobretaxa em janeiro – como já estava na lei que aprovámos conjuntamente no parlamento – e isto para o Bloco é um problema, porque achamos que não se deve voltar atrás no que foi aprovado e na expectativa das pessoas", sublinhou a dirigente bloquista.

Catarina Martins revelou ainda que o Bloco fará propostas no debate orçamental da especialidade, sublinhando as que dizem respeito às deduções na educação para proteger as famílias com filhos na escola.

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