Número de desempregados inscritos é o mais alto desde 2022

22 de fevereiro 2024 - 10:02

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal está a subir consecutivamente há sete meses. Risco de pobreza aumentou em 2022 para a população desempregada e inativa.

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Foto de Paulete Matos.

Segundo dados recentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados aumentou 5,5% em janeiro (mais 17,3 mil), face a dezembro de 2023, e aumentou 4% (mais 12,9 mil) face a janeiro de 2023.

No final de janeiro deste ano estavam inscritos 335.053 desempregados nos centros do IEFP, “número que representa 69,1% de um total de 484 942 pedidos de emprego”. 

“O total de desempregados registados no País foi superior ao verificado no mesmo mês de 2023 (+12 967; +4,0% ) e no mês anterior (+17 394;+5,5%). Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2023, na variação absoluta, contribuiram os inscritos há menos de 12 meses (+18 119), os detentores do ensino secundário (+15 093) e os que procuram um novo emprego (+12 907).”, segundo comunicado do instituto. 

A região do Alentejo foi onde se acentuou o valor mais alto de desemprego em termos homólogos (janeiro de 2023 a janeiro de 2024), em mais de 10,3%.

Segundo o Expresso, ”há oito anos que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego não subia durante tanto tempo consecutivo”, apesar de a taxa de desemprego no país continuar nos 6%.

Taxa de risco de pobreza ou exclusão social é mais alta na população desempregada e com menor escolaridade

Num recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) para o Instituto Nacional de Estatística (INE), revela que o risco de pobreza da população desempregada foi cinco vezes o da população empregada, em 2022. 

Segundo o inquérito, 17,0% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2022. A taxa de risco de pobreza ou exclusão social é de 46,7% para a população desempregada, 10% para a empregada e de 15,4% para reformada.

“Em relação a 2021, a taxa de risco de pobreza apenas diminuiu para a população empregada, tendo aumentado para a população desempregada e inativa. É também na população desempregada que a intensidade da pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento são mais elevadas. Entre a população empregada, os dados revelam que a pobreza é menor para os indivíduos empregados no setor público e para os indivíduos muito satisfeitos com o emprego.”, lê-se no relatório.

Os dados também revelam que o baixo nível de escolaridade é um fator decisivo no aumento do risco de pobreza. “22,6% da população que tinha concluído, no máximo, o ensino básico era pobre”. Já o risco de pobreza entre a população que tinha terminado o ensino secundário ou pós-secundário foi de apenas 13,5% e a população que tinha concluído o ensino superior foi de 5,8%. Em relação a 2021, “destaca-se o aumento da taxa de pobreza das pessoas que concluíram, no máximo, o ensino básico.”