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Novo livro de Fernando Rosas é lançado esta segunda-feira em Lisboa
No livro, o historiador traça os paralelismos entre a situação atual e a realidade existente após a primeira guerra mundial, nos anos 20 e 30 do século passado. “O primeiro paralelismo com o tempo presente respeita à crise do sistema liberal como pano de fundo”, destaca.
À Lusa, Fernando Rosas afirmou: “a História nunca se repete porque as circunstâncias variam, mas as pré-condições que originaram os movimentos fascistas no século XX e as circunstâncias do mundo atual têm indiscutíveis paralelos com o passado”.
“Há de facto circunstâncias históricas com paralelismos impressionantes com o passado. Não é o fascismo igual ao outro que aí vem, mas são novas formas de autoritarismo adaptadas ao momento presente sustentadas num novo populismo de extrema-direita e isso está aí com toda a força”, alertou.
No livro, o autor realça outro paralelo com a situação existente nos anos 20 e 30, a derrota das forças capazes de enfrentar a crise do capitalismo, destacando a “implosão do ‘socialismo real’” e a capitulação da social-democracia.
“A capitulação dos partidos socialistas e social-democratas por essa Europa fora que, aliás, originou o quase desaparecimento dos partidos socialistas em vários países deixou muita gente sem defesa, sem expressão, sem voz e são esses que estão a ser mobilizados pelo populismo de extrema-direita”, disse à Lusa.
Fernando Rosas explicou ainda: “Os fascismos têm várias modalidades. Eu defendo no livro que o regime enquanto regime – não o fascismo enquanto movimento anterior à tomada do poder – é sempre um encontro de duas realidades: o fascismo 'plebeu' e popular e o fascismo que resulta da fascistização das direitas tradicionais. Este encontro é o regime fascista enquanto realização histórica. Em Portugal também”.
O livro “Salazar e os Fascismos”, editado pela Tinta da China, é apresentado por Luís Trindade e Fernando Oliveira Baptista esta segunda-feira, 22 de abril, às 18h30 na FNAC – Chiado, em Lisboa.
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