Mariana Mortágua participou esta segunda-feira no programa Opinião Pública da SIC Notícias e afirmou que os prémios de gestão do Novo Banco "são uma das provas de que o contrato foi tão ruinoso”.
A deputada do Bloco lembra que existe uma imposição da Comissão Europeia (CE) que proíbe a distribuição dos prémios de gestão e compra de novos ativos enquanto um banco está em processo de reestruturação. Já que a reestruturação termina no ano que vem, o que o Novo Banco está a fazer é atribuir estes prémios sem os pagar, cumprindo assim os requisitos da CE. “É óbvio que isto é uma decisão imoral e é óbvio que não deveria ser prevista no contrato, mas está prevista”, referiu.
“Da mesma forma que é muito difícil de compreendermos enquanto o Novo Banco continua a pedir dinheiro ao Estado, e vai continuar a pedir, está em curso a compra do Eurobic, antigo banco de Isabel dos Santos”, sublinhou a bloquista.
A “última batalha” que Mariana Mortágua está a travar é tentar provar que “o Novo Banco não precisa de mais dinheiro este ano”. O Banco Central Europeu reduziu todas as necessidades de capital, por isso o Novo Banco cumpre todos os rácios, como foi demonstrado na publicação de contas feita na semana passada.
“Qualquer injeção que seja feita este ano no Novo Banco será supérflua e será uma injeção que cumpre administrativamente o contrato. Mas as condições em que o contrato foi estabelecido não se verificam porque os rácios de capital não são a 12% como costumavam ser, mas sim a 8,25%”, disse Mariana Mortágua. E acrescentou que ninguém compreende que “o Governo português não pegue nesta alteração de circunstâncias e que não vá defender o interesse público junto da Lone Star dizendo que não deve haver lugar a nenhum pagamento e nenhuma injeção este ano”.