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Nova frota para romper bloqueio a Gaza

O assalto sangrento à “Frota da Liberdade” que transportava ajuda humanitária e activistas tornou-se a fonte das actuais tensões que surgem no Médio Oriente e no interior de Israel. Ainda este sábado, uma outra embarcação irlandesa com ajuda humanitária foi tomada pelos militares israelitas, ainda que sem violência explícita.
Os eventos ocorrem em grande velocidade. Segundo o El País, o Irão anunciou o envio de uma frota do Crescente Vermelho para Gaza, a Turquia coordena-se com a Síria para pressionar o bloqueio a Gaza e Israel decide, por fim, e depois do debate de várias moções de censura no Parlamento a Benjamin Netanyahu, a criação de uma comissão de inquérito com dois observadores estrangeiros, incluindo um norte-americano.
Um porta-voz do governo iraniano e director do Crescente Vermelho Iraniano, Abdul Rauf Adibzadeh, anunciou o envio de dois navios e um avião com ajuda humanitária para Gaza com a intenção de romper o bloqueio e com uma participação iminente de mais navios de ajuda humanitária de outros países. Um navio transportará 70 activistas, enfermeiros, médicos e equipamentos para operações cirúrgicas.
"A carga é composta de alimentos e equipamentos médicos, e será enviado a Gaza no final desta semana, através da passagem de Rafah", controlada pelo Egipto, disse Adibzadeh. A Guarda Revolucionária iraniana ofereceu-se para escoltar os navios.
O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, e o presidente sírio, Bashar al-Asad, por sua vez, reuniram-se em Istambul para anunciar a sua vontade de "ir além da condenação do bloqueio e proceder contra ele", nas palavras de Asad. A Turquia anunciou que irá fornecer "tudo o que for necessário para Gaza", para pôr fim ao bloqueio, e a Síria disse que a apoiará.
Mas nas águas de Gaza os incidentes violentos somam-se: as tropas israelitas mataram, esta segunda-feira, quatro mergulhadores armados do grupo Al Fatah, das Brigadas Al-Aqsa, num incidente ainda por esclarecer.
O Parlamento israelita (Knesset) rejeitou, também nesta segunda-feira, cinco moções de censura contra o governo de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela crise provocada pelo assalto violento de dia 31 de Maio, à frota com ajuda para Gaza.
A principal das moções, apresentadas em cadeia, foi defendida pela líder da oposição e do partido centrista Kadima, Tzipi Livni, e rejeitada por 59 dos deputados presentes, enquanto 25 a aprovaram e nove se abstiveram. Apresentaram também moções contra o executivo a coligação de partidos árabes Ram-Taal (Lista Árabe Unida-Movimento Árabe para a Renovação), o partido comunista Hadash (de maioria árabe), o bloco pacifista Meretz e a formação árabe Balad (Pacto Nacional Democrático).
A ex-ministra dos Negócios Estrangeiros acusou o governo de Netanyahu de conduzir Israel e um isolamento sem precedentes. "O que acontece não é temporário. Trata-se de um processo contínuo que está a isolar Israel do resto do mundo", afirmou a líder da oposição, que considerou poder ser este "o momento mais difícil" da história do país, ainda que não tenha repudiado tanto a acção mas sim a resolução do processo.
No entanto, o Grupo dos Sete, o núcleo do Governo de Israel aprovou a criação de uma comissão para investigar as acções do exército israelita no ataque em águas internacionais à “Frota da Liberdade” e também avaliar a legalidade da própria intervenção.
O comité será estabelecido de acordo com a fórmula proposta pelo presidente dos EUA, Barack Obama, oito dias depois das nove pessoas morrerem no ataque ao navio turco Mavi Marmara. Segundo o jornal Haaretz, será dirigido por um juiz de Israel, mas, ao contrário de anteriores comissões internas, será composto por dois observadores estrangeiros. Um deles é americano, a nacionalidade do segundo ainda não foi decidida.
"Incidentes" não faltam
O gabinete de imprensa do governo de Telavive já pediu desculpa publicamente depois de ter enviado para jornalistas estrangeiros um vídeo com uma versão satírica do hino solidário dos anos 80 “We Are The World”, que ridiculariza sem escrúpulos os activistas e as mortes da Frota Solidária e a causa palestiniana, afirmando que «enganaram o mundo, enganaram as pessoas» ao fazer passar a ideia que «a IDF (Forças de Defesa Israelita) é Jack, o Estripador».
Segundo a BBC, um responsável israelita explicou que o vídeo não representa a posição oficial do governo de Netanyahu.
Comentários
Eles não cantam disparam
Eles não cantam disparam armas maciças de veneno, de ódio e de arrogância repugnante! Também é natural que não saibam cantar, pois desde pequenos que são instruídos na "arte" de assassinar inocentes desarmados. Fazem parte do exército israelita!
Contudo, a maré está definitivamente contra eles! Assim espero.
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